‘Imploramos socorro e justiça’, diz voluntária após morte de gatos no Parque Municipal de Belo Horizonte, MG
A Polícia Civil (PC) está investigando a morte de gatos no Parque Municipal de Belo Horizonte, no centro da capital. Neste domingo (29) a PC foi chamada após um grupo de voluntários encontrar três gatos mortos com crueldade no local.
Vídeo: Polícia Civil está investigando a morte de gatos no Parque Municipal de Belo Horizonte.
Uma voluntária que não quis se identificar, por medo de retaliação, disse que a morte dos animais tem sido frequente.
“São mais de 400 gatinhos que vivem no parque. Constantemente encontramos alguns mortos. No início pensamos que era algum cachorro que estava provocando estas mortes, mas neste domingo tivemos a certeza que é ação humana. Os que morreram eram os mais mansinhos. Frida e Igor eu tinha um carinho muito especial. É triste tudo isso. Imploramos socorro e justiça”, disse.
Os voluntários criaram uma página na internet para doar os animais do Parque Municipal. Os interessados devem ter mais de 18 anos, renda mínima – para garantir a compra de ração e os custos com os animais – e “muito amor para dar”.
“Nós os alimentamos diariamente. Cuidamos e castramos. Colocamos eles para adoção para evitar que morram. O ideal seria a instalação de câmeras de segurança no parque para evitar essa criminalidade. Quem adotar um dos bichinhos tenha certeza que está salvando aquela vida”, contou.
A Polícia Civil instaurou procedimento para apurar as mortes. “A perícia e a equipe de investigadores do Departamento de Investigação de Crimes Contra o Meio Ambiente estiveram no local para fazer os levantamentos”, disse a corporação em nota. a maioria dos animais mortos apresentaram lesões semelhantes a mordidas de cães.
A Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica informou que as recentes mortes de animais domésticos abandonados no Parque Municipal trazem indícios de ação humana e, por isso, a Polícia Civil foi acionada.
Nota da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica na íntegra
“A Fundação aguarda o resultado dos laudos e reafirma que já está intensificando a fiscalização dentro do parque para proteção desses animais. Entre as ações já em curso, está sendo feita a modernização de toda a iluminação do Parque, com a instalação de lâmpadas de led que vão facilitar a vigilância pelas equipes da Guarda Municipal e do Parque.
Está sendo feito um reforço do cercamento, com a instalação de novas telas no local. Também está em andamento um projeto de ampliação do videomonitoramento já existente no local, que vai contribuir não só no manejo dos animais abandonados no parque, mas também para a fiscalização em outros temas sensíveis de segurança, vigilância e manutenção do espaço público.
O Parque também se beneficia com o sistema de câmeras já instalado no hipercentro, que contribui com a segurança e monitoramento da movimentação no entorno do Parque.
A totalidade de gatos hoje presente no parque é resultado de abandono no local, o que se configura como crime na legislação atual. Por isso, a Fundação, juntamente com a Guarda Municipal e outros órgãos da PBH (Secretarias de Saúde e Meio Ambiente), atua intensamente em ações para coibir o abandono de animais no local e também no controle da população de local, com ações de castração e programas de adoção, além de estreita parceria com cuidadores voluntários de animais que atuam no parque.
Apesar de todos os esforços já adotados, incluindo ações preventivas e corretivas e o estabelecimento de parcerias para cuidados com esses animais, a Fundação foi surpreendida com tais ocorrências, requerendo o planejamento de medidas para coibir essas agressões, que vêm ocorrendo de forma mais intensificada no período de pandemia.
Alguns parques de BH já possuem sistema de monitoramento por câmeras (inclusive o Parque Municipal) e as imagens são disponibilizadas às autoridades policiais em casos de investigação de ocorrências nesses locais.
Também já está em execução o plano de expansão desse sistema (com novas instalações em novos parques e ampliação de pontos nos parques onde já existe). Por estratégia de segurança não são informados quantos e quais os locais onde já existem câmeras ou onde serão instaladas.
O novo sistema de videomonitoramento em instalação funcionará 24h por dia, transmitindo imagens em tempo real, ao Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte (COP), que é quem fará o monitoramento”.
Por Ana Tereza Almeida
Fonte: G1