Instituto no Rio trata e reintroduz animais silvestres na natureza

Instituto no Rio trata e reintroduz animais silvestres na natureza

O crescimento das cidades e o desmatamento têm deixado em perigo um número crescente de animais silvestres. Por isso, é tão importante o trabalho de um grupo de médicos veterinários.

Cuidar de animais silvestres tem sido a rotina do Jeferson, há 24 anos. Vale para a anta com a pata ferida ou para o filhote de coruja encontrado com a asa quebrada.

VÍDEO: Número de animais silvestres resgatados dobrou, nos últimos cinco anos, no Rio

Foi dele a ideia de criar, na universidade onde se formou no Rio de Janeiro, uma clínica de recuperação de fauna, que é referência no estado.

“Eu te falo que no nosso primeiro ano de funcionamento a gente recebeu 60 animais. Ano passado foram 4.107 animais recebidos”, conta o veterinário e biólogo Jeferson Pires.

São 150 animais internados por mês. Eles são tratados e devolvidos à natureza. A espécie recordista de internações é o gambá, ou saruê.

Em outra parte da cidade, o socorro aos animais silvestres é a prioridade do instituto criado por Roched. E o que não falta por lá é trabalho: tem sapo com boca colada, cobra com cabeça e mandíbula fraturadas e macacos eletrocutados na rede de energia, como o Marcelinho, que perdeu os dois braços e não pode voltar para a natureza.

“É um animal que vai ser mantido em cativeiro e a gente faz essa interação com ele para que ele tenha menos estresse na interação com as pessoas, para ele é melhor e mais seguro”, afirma o diretor e fundador do Instituto Vida Livre, Roched Seba.

Todo o trabalho é mantido com a ajuda de doações. Em oito anos de existência, 12 mil animais passaram por lá.

André Trigueiro: Jardim Botânico do Rio, um dos sete pontos de soltura do Instituto Vida Livre. O que precisa ser pré-requisito para um ponto de soltura?
Roched Seba: As nossas áreas de soltura são todas portariadas pelo Ibama. A gente faz o levantamento da área, o estudo, estabelece um plano de manejo para poder fazer o trabalho e vai acompanhando esse trabalho, que é de reintroduzir e repovoar essas florestas com os animais que lá vivem.

Em uma área da mata, longe da circulação dos visitantes, uma tatu fêmea ganhou a liberdade.

“Às vezes as pessoas me perguntam: você não fica com saudade de um bicho quando você solta um bicho que você cuidou tanto tempo? Eu acho que é o momento de encontro, de amor, porque eu acho que é lindo ver aquele momento em que o animal se encontra com o destino. Eu sou muito feliz fazendo, quero fazer para sempre, eu fico, vou ficar muito feliz em inspirar outras pessoas e de que outras pessoas atentem para beleza, para fragilidade que é a nossa fauna brasileira”, diz Roched .

Fonte: g1/Jornal Nacional

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