Investigação aberta após filmagem da violência nas terras de fazendas leiteiras do Reino Unido
Muitos apologistas da carne prezam a crença de que os animais mantidos como o gado podem ser tratados tão bem, senão melhor, do que os animais de estimação dos humanos. A ideia de que os animais criados para o abate vivem uma vida relativamente livre de dor e medo pode ser reconfortante. Infelizmente, a crença de que os animais só são maltratados no final de sua estada no matadouro está longe da verdade, pois a demanda por produção em massa leva a um tratamento cruel inimaginável.
A mentalidade longe das vistas e longe do coração recebeu um choque do sistema esta semana, conforme a organização RSPCA anunciou que iria investigar uma fazenda britânica, depois que uma filmagem escondida surgiu mostrando vacas e seus bezerros sendo selvagemente espancados com as mãos nuas e objetos sem corte, alimentados à força, e arrastados através do chão.
A filmagem, feita pelos ativistas dos direitos dos animais da organização Surge, supostamente foi feita na fazenda C.J & G.R Carnell, em Buckinghamshire, no Reino Unido. Até agora, a fazenda tem, talvez sem surpresa, se recusado a comentar sobre o vídeo. Embora a fazenda alegue que ainda não viu a filmagem, é uma desculpa estranha, pois ela divulgada há mais de um ano.
“A filmagem aqui observada mostra não apenas uma violação flagrante da segurança desses animais, mas aponta para as questões sistêmicas mais amplas encontradas em toda a indústria leiteira”, disse o codiretor da Surge Ed Winters, que passou a dizer que o vídeo expõe “a separação de bezerros recém-nascidos de suas mães”.
A filmagem chamou a atenção da RSPCA, que não considerou a representação horrível com ânimo leve.
A gerente nacional de mídia da RSPCA, Sara Howlett, disse sobre vídeo: “Esta filmagem é angustiante e estamos olhando para ela. Encorajamos qualquer pessoa com preocupações sobre o bem-estar dos animais a entrar em contato conosco pelo 0300 1234 999 o mais rapidamente possível para que nós ou a autoridade competente possamos agir sobre a informação e aliviar qualquer sofrimento potencial”.
Enquanto é fácil pôr a culpa nos ombros dos trabalhadores envolvidos, quando os animais são vistos como propriedade, casos de agressão como este são frequentes e inevitáveis. Não importa quanta culpa se possa colocar sobre os trabalhadores envolvidos, a indústria leiteira cria empregos que dependem da crueldade.
É hora de todo o sistema ser julgado.
Por Sander Gusinow / Tradução de Fátima C. de G. Maciel
Fonte: One Green Planet