Jandaia-maracanã é símbolo de campanha que combate maus-tratos a animais

Jandaia-maracanã é símbolo de campanha que combate maus-tratos a animais
A pequena jandaia-maracanã, que está em tratamento no Cebus, é o símbolo da campanha. O filhote está usando uma botinha (tala) nas patinhas, para corrigir uma má formação (foto: Lucas Ornelas/Usipa/Divulgação)

Um filhote de jandaia-maracanã, vítima de maus-tratos, é o símbolo de uma campanha publicitária do Centro de Biodiversidade da Usipa (Cebus) para receber doações que vão custear o Programa de Reabilitação da Fauna Sem Lar. Esse programa promove o tratamento e a reabilitação de animais silvestres em condições de risco e sempre que possível, faz a sua devolução para a natureza.

A campanha conta com a parceria de clínicas veterinárias e comerciantes que vendem rações e produtos para pequenos animais na região de Ipatinga. Nesses locais serão colocadas cofrinhos de acrílico transparente para receber moedas ou cédulas, seguindo a mesma ideia do “troco-solidário” e “caixinhas de Natal”, que recolhem dinheiro para ações beneficentes. 

“Os recursos arrecadados com parcerias e patrocínios são de extrema importância para manter o projeto uma vez que todos os dias são recebidos novos animais para cuidados diversos. Alguns necessitam de exames de alto custo, medicamentos e o processo de reabilitação, na maioria das vezes, é de longa duração. Para dar continuidade a esse trabalho a ajuda da população será muito bem-vinda”, explicou o médico-veterinário e responsável técnico pelo Cebus, Lélio Costa e Silva.

Jandaia-maracanã

A ave debilitada que aparece na foto de divulgação da campanha é uma Jandaia-maracanã (Aratinga leucophtalmus), que nasceu na área urbana de Ipatinga. Ela pode pode ter sido chocada em um ninho construído em local inadequado, como forro de casa ou fresta de chaminé de churrasqueira, supõe a veterinária do Cebus, Cláudia Diniz.

Ela explicou que, geralmente, os filhotes que nascem em área urbana, em forros ou frestas de chaminés,  possuem uma deformação nas patas por causa da conformação do ninho e do espaço onde ficam, com fundo muito liso, o que impossibilita do animal se firmar corretamente ao ficar de pé. 

É por isso que a pequena jandaia-maracanã aparece na foto publicitária usando uma botinha verde, para corrigir a má formação das patinhas.

Outro problema apontado pela veterinária é a alimentação inadequada que esses pequenos animais recebem. “Quando nascem na área urbana, esses animais são alimentados pela população de forma errada. Eles recebem alpiste, painço, canjiquinha, arroz, semente de girassol, e aí, deixam de comer a sua comida natural, as frutas, que têm os nutrientes que eles necessitam”, explicou Cláudia Diniz.

Além dos bichinhos que nascem na área urbana e sofrem com os maus-tratos, o Cebus também recebe diversos animais que são apreendidos ou recolhidos pela Polícia de Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros e pelo IEF, para avaliação e cuidados com a saúde.

O acolhimento desses animais faz parte do Programa de Reabilitação da Fauna sem Lar. Em 2017, a USIPA firmou Termo de Cooperação com o IEF, que respalda as atividades do programa, regulamentando suas ações e permitindo a busca por parceiros e patrocinadores, como a Associação Regional de Proteção Ambiental do Vale do Aço (ARPAVA). O programa já atendeu a 1.400 animais desde sua implantação.

Locais para doações 

Bilheteria do Centro Cultural USIMINAS
Shopping do Vale do Aço

Clínica Veterinária Dr. dos Bichos
Rua Verona, 174, Bethânia, Ipatinga

Clínica Veterinária Dr. Rômulo Edgard
Rua Quartzo, 220, Iguaçu, Ipatinga

Armazém do Campo
Av. Fernando de Noronha, 734, Bom Retiro, Ipatinga

Clínica Veterinária Paraíso dos Bichos
Rua Elias Oliveira, Sucupira, Santana do Paraíso

Centro Veterinário Saúde Animal
Rua Leblon, 67, Vila Ipanema, Ipatinga

Clínica Veterinária Consulvet
Av. Geraldo Inácio, 1136, Melo Viana, Coronel Fabriciano

Por Tim Filho

Fonte: Estado de Minas Gerais

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