JBS reabre unidade nos EUA apenas para abater porcos, sem produção de carne

JBS reabre unidade nos EUA apenas para abater porcos, sem produção de carne
JBS reabre unidade nos EUA apenas para abater porcos,sem produção de carne.

A JBS anunciou nesta quarta-feira que vai reabrir uma unidade de carne suína no Estado norte-americano de Minnesota, que estava fechada devido à pandemia de coronavírus, para a eutanásia de até 13 mil animais ao dia por produtores, sem que haja o processamento de carnes para consumo.

Produtores nos Estados Unidos têm sido forçados a fazer abates à medida que o espaço para armazenamento começa a se esgotar, já que alguns dos maiores abatedouros do país foram fechados por causa de surtos de coronavírus entre funcionários.

A JBS disse que precisará apenas de 10 a 20 trabalhadores na planta de Worthington, Minnesota —que possui 2 mil funcionários—, para realizar a “eutanásia humanitária” dos porcos, reduzindo os riscos de disseminação do vírus.

As carcaças dos suínos serão processadas, enviadas para aterros, compostadas ou enterradas, segundo a empresa.

Na terça-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, decretou o Ato de Defesa da Produção para exigir que plantas de processamento de carnes permaneçam em funcionamento durante a pandemia, após alertas de uma crescente escassez de oferta.

“O recente fechamento de plantas de carne suína nos EUA e os níveis reduzidos de produção em instalações de processamento de porcos em todo o país deixaram produtores com poucas opções”, disse a JBS em comunicado. “A redução populacional humanitária e o descarte adequado são o último e infeliz recurso para alguns produtores.”

A unidade da JBS em Worthington interrompeu operações em 20 de abril para conter o avanço do coronavírus. Ela processava 20 mil porcos por dia (Reuters, 29/4/20)

Trump define que plantas de processamento de carne nos EUA devem seguir abertas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou na terça-feira que plantas de processamento de carne no país sigam abertas para assegurar o suprimento de alimentos, apesar de preocupações com surtos de coronavírus, em medida criticada por sindicatos, que defendem que os trabalhadores do setor precisam de mais proteção.

Por temores em relação à escassez de alimentos e interrupções na cadeia de suprimentos, Trump emitiu uma ordem executiva com base no Ato de Defesa da Produção para que as fábricas continuem a operar.

As maiores companhias de carnes do mundo, incluindo Smithfield Foods Inc, Cargill, JBS USA e Tyson, reduziram operações pela metade em cerca de 20 frigoríficos e plantas de processamento na América do Norte à medida que trabalhadores adoeceram, o que gerou preocupação com o suprimento.

A ordem assinada por Trump tem como objetivo, em parte, dar às empresas cobertura legal e proteção contra ações de responsabilização caso empregados peguem o vírus por terem que trabalhar.

O presidente do conselho da Tyson Foods, John H. Tyson, disse no domino que a cadeia de suprimento de alimentos estava “quebrando” e alertou sobre potencial escassez de carne.

Antes de assinar a ordem executiva, Trump disse a jornalistas no Salão Oval que a medida “resolverá quaisquer problemas” sobre a responsabilização das empresas e acrescentou que haverá “ampla oferta”.

A medida, divulgada na noite de terça-feira, disse que o fechamento de apenas uma grande planta de processamento de carne poderia resultar na perda de 10 milhões de porções individuais de carnes para refeições por dia.

“”Esses fechamentos ameaçam a continuidade do funcionamento da cadeia nacional de suprimentos de carne e aves, minando infraestrutura crítica durante uma emergência nacional”, afirmou a ordem (Reuters, 29/4/20)

Fonte: Brasil Agro via  Ariquemes Online


Nota do Olhar Animal: A morte de animais em decorrência do consumo de sua carne, de suas secreções (leite), de seus “subprodutos” (ossos, etc.) atinge não só os animais abatidos para este fim. A lógica da exploração e do lucro cria situações de mortandade como a relatada nesta matéria. E esta gestão mórbida dos “excedentes” não é uma situação incomum. Além disso, milhões de animais são abatidos por conta de doenças decorrentes do sistema de criação, do confinamento. Também é incalculável a quantidade de indivíduos animais que morre durante o transporte e em outras situações relacionadas à sua exploração. Quem consome produtos de origem animal financia todo este holocausto. A questão, claro, não é o “desperdício”, pois para o animal pouco importa o motivo de ter sua vida abreviada. Ele sempre quer viver, este é o seu maior interesse enquanto ser senciente, e é o menos reconhecido pelos humanos.

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