Jovem vende seus livros para ajudar gata de rua que precisa remover o útero

Jovem vende seus livros para ajudar gata de rua que precisa remover o útero

Cristiane Fontes, de 26 anos, é uma jovem lagartense acadêmica de Letras pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Para se manter, trabalha numa loja de material de construção na cidade. Como conta ao O Papa-Jaca, certo dia ela encontrou uma gata grávida e que, agora, depende de uma cirurgia para retirada do útero.

O orçamento e o início do tratamento foi feito pela Policlínica Veterinária. O valor total atual do custo é de R$950. Cristiane decidiu, então, vender seus livros para arrecadar a quantia da despesa com a gata – cujo apelido é Ivy Maionese. É possível, também, contribuir através de doações. Para colaborar, bastar entrar em contato no Instagram.

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Conheça a história de Ivy Maionese:

“Bom, não faço parte de uma ONG. Sou apenas uma pessoa comum que se preocupa com o bem-estar animal. No momento, tenho sete filhos felinos – todos tirados da rua. Ivy Maionese entrou na minha vida em um dia comum: Era um sábado bastante chuvoso, e, após o expediente de trabalho, como de costume, fui ao supermercado. Quando voltava, vi que um cachorro estava pronto para atacar a pequena felina. Não pensei muito nas consequências e logo fui me meter para pegá-la, acreditando que estaria tudo bem, mas como estava com umas sacolas, fui atacada e ela conseguiu fugir. Fui embora decepcionada.

No domingo precisei voltar ao supermercado e quem reencontro? A pequena (nada é por acaso)! Ela estava muito magra e suja. De imediato decidi voltar em casa para pegar uma caixa de transporte. Pensava: Posso cuidar e colocar para adoção, apesar de adotantes nunca aparecerem.

Mesmo assim, a levei comigo. Dei banho, vermifuguei e cuidei de uns ferimentos. Como ela era filhotinha, magrinha, não suspeitei em nenhum momento que estaria grávida. No entanto, com um mês e meio já em casa, percebi que sua barriga estava grande e os peitos inchados. Todavia, não haveria como ela ter emprenhado em casa – os meus gatos são castrados, e também não teria como ela ter saído de casa – minha casa não tem rota de fuga. A partir daí, fiquei apenas desconfiada da gravidez. Minha memória para datas é péssima e então recorri às conversas do WhatsApp – para ter uma ideia de data. Fiz as contas, levando em conta que a gestação de um felino dura de 59 a 67 dias, e no feriado dos finados ela entrou em trabalho de parto.

Não havia qualquer veterinário disponível na cidade, o que foi uma infeliz coincidência. Diante das circunstâncias, tive que ajudar dentro das minhas possibilidades. Foi às 23h de um outro sábado que a gatinha conseguiu que seu único filhote nascesse, mas que, infelizmente, nascera morto.

Por ter tido uma gestação muito precoce, mais a dificuldade no parto, o útero dela foi danificado. Já no domingo, percebi que ela não estava muito bem. Estava mais quietinha e não tinha muito o que fazer. No dia seguinte notei que haviam pingos de sangue pela casa e que sua vagina estava roxa e sangrando. Levei direto para um veterinário, que após consulta, ultra-som, diagnosticou a necessidade de se tratar uma infecção e fazer uma cirurgia para retirada o útero. O total foi de R$1050 – com um desconto, consegui que o valor à vista baixasse para R$950.

A primeira pergunta a vir na minha mente foi: De onde tirar esse dinheiro? Passei a apelar às redes sociais, mas a ajuda não vinha. Então passei a vender alguns dos meus livros e, assim, tentar conseguir cobrir os gastos. Consegui vender bem poucos, mas estamos na luta. Ivy graças a Deus está se recuperando bem.

Existe pouca informação na nossa cidade e, no fim, são os animais que pagam “o pato”. Um fato de suma importância: Castrem seus animais; tanto gatos (as), quantos os (as) cachorros/cadelas. Já temos muitos animais abandonados, muitos sendo maltratados e as poucas pessoas que tentam dar uma vida digna, chega um momento que perdem as forças. Outro fato é a adoção: A gente recolhe da rua, dá um tratamento adequado, colocamos para adoção e ninguém aparece. O que fazer, jogar na rua novamente? Não, a gente fica, pois onde comem seis, comem sete…”

Edição de Danniel Prata

Fonte: O Papa Jaca

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