Justiça volta atrás e decide manter urso Robinho no Zoológico de Goiânia

Justiça volta atrás e decide manter urso Robinho no Zoológico de Goiânia
Urso Robinho é transferido para novo recinto no zoológico de Goiânia, Goiás — Foto: Jackson Rodrigues/Arquivo pessoal

Acatando os argumentos da Procuradoria-Geral do Município de Goiânia (PGM), o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) deferiu, na noite de sexta-feira (21), o pedido de reconsideração da decisão que autorizava a transferência do urso Robinho para São Paulo. A decisão é do desembargador Sebastião Fleury, que tinha deferido liminar em favor do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal que alega que Robinho sofre maus-tratos no Zoológico de Goiânia desde que nasceu, há cerca de 17 anos.

“A fim de evitar desgastes de toda ordem, inclusive com aprolação de diversas decisões, em curto intervalo de tempo, e por figurar o Urso Robinho, animal a ser acautelado, como o maior prejudicado diante de toda a situação exposta defiro o pedido de efeito suspensivo ao agravo interno”, disse o magistrado.

Segundo as alegações apresentadas pela PGM, o animal está adaptado ao clima de Goiânia, mesmo que a temperatura seja elevada. A prefeitura argumentou ainda que a mãe de Robinho, Lucy, morreu em outubro de 2019, com idade aproximada de 43 anos, o que fazia dela a ursa mais velha da América do Sul. Em média, a espécie vive de 20 a 30 anos em cativeiro, o que, segundo o município, comprova que Lucy tinha qualidade de vida.

Em defesa da permanência do uso no Zoológico de Goiânia, a PGM lembrou ainda que foi construído um novo recinto para o animal, com um espaço de 680 metros quadrados, uma piscina de 10 mil litros de água e ar-condicionado.

Novo recinto é adaptado para abrigar urso Robinho no zoológico de Goiânia, Goiás — Foto: Jackson Rodrigues/Arquivo pessoal
Novo recinto é adaptado para abrigar urso Robinho no zoológico de Goiânia, Goiás — Foto: Jackson Rodrigues/Arquivo pessoal
Novo ambiente ainda não é ideal, diz ONG

Contrariando a opinião da prefeitura, a advogada do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, Ana Paula de Vasconcelos, disse que a ONG foi surpreendida e pretende recorrer da decisão que suspendeu a liminar.

“Nós respeitamos a decisão, mas não concordamos. Esperamos que as provas técnicas trazidas aos autos e com toda as denúncias que vem sendo feitas durante anos, a turma autorize novamente a transferência do urso Robinho, e que isso possa ser feito de maneira tranquila e rápida”, afirmou.

Ana Paula complementa que o novo recinto disponibilizado pelo Zoológico de Goiânia ao Robinho ainda não é o ideal para o animal.

“Nós não podemos conceber que esse animal continue passando por sofrimento. Apesar da maquiagem que a prefeitura fez no seu recinto, nós continuamos afirmando que as cinco liberdades do Robinho são violadas constantemente e que ele não desfruta de qualquer bem estar animal. Para isso, nós precisamos que a população continua mobilizando nas redes sociais e que não é uma pintura nova que vai mudar a vida do Robinho”, concluiu.

Agetul garante que urso é bem tratado

Já o presidente da Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer (Agetul), Urias Júnior, disse que recebeu com muita alegria a decisão do desembargador, e que ela reflete a realidade dos fatos.

“Ele tem um ambiente criado por uma bióloga especialmente para ele. As condições que damos para ele são adequadas a seu pleno desenvolvimento. O urso Robinho nasceu em Goiânia, é filho da ursa mais velha da América Latina. Nenhum bicho pode ter vivido tanto tempo se não fosse bem tratado, o estresse o levaria a morte”, afirmou.

Fonte: G1

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