Lages (SC): Segunda-feira inicia castração de animais no Centro de Zoonoses

Por Cris Menegon
Segunda-feira (15) serão iniciadas as castrações de animais de rua no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), no bairro Tributo. Esta era uma reivindicação antiga da comunidade – e muito debatida pela sociedade. Haverá uma solenidade simbólica para o primeiro procedimento. O prefeito Elizeu Mattos e autoridades estarão presentes, às 17h. A resolução do problema é uma iniciativa das Secretarias de Saúde e do Meio Ambiente, através da Vigilância em Saúde e da Gerência de Proteção Animal.
Na quinta-feira (11) foram finalizados os detalhes técnicos e instalação de equipamentos que faltavam ser ajustados no centro cirúrgico. As adaptações são exigências do Conselho de Medicina Veterinária e da Vigilância Sanitária de Lages. Nesta sexta-feira (12) o Conselho faz uma vistoria de avaliação e aprovação. “Nossa meta sempre foi ter sob controle a proliferação dos animais domésticos no município”, diz o secretário do Meio Ambiente, Mushue Hampel.
No Centro de Zoonoses, a castração será focada principalmente nos machos. Em breve um convênio será firmado com o Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) para que o procedimento seja feito nas fêmeas. “Hoje a proliferação desenfreada de animais abandonados é um grande problema na cidade, pois disseminam doenças e atrapalham o trânsito”, explica.
De acordo com a coordenadora do Centro de Zoonoses, Rose Cristina Possato, os primeiros animais já cadastrados poderão ser encaminhados para o procedimento. O foco principal são os de rua, capturados pelo Centro de Zoonoses, e há aqueles sob cuidados das organizações não governamentais (ONGs). A comunidade de baixa renda também será beneficiada, mediante cadastro. O atendimento será realizado de segunda a sexta-feira no próprio Centro de Zoonoses.
Para exemplificar, vamos considerar a média de cinco filhotes de cães e gatos em cada gestação, que ocorre a cada seis meses, e que a fertilização ocorresse na totalidade das fêmeas. Vamos pensar que em um bairro existem 100 fêmeas e 100 machos.
1 – Esterilizando 80 machos (80%) teremos 20 machos que poderiam fertilizar as 100 fêmeas, resultando a cada seis meses em 500 filhotes.
2 – Esterilizando 80 fêmeas, teremos 100 machos que poderiam fertilizar 20 fêmeas, resultando em 100 filhotes.
3 – Esterilizando 80 machos e 80 fêmeas teremos 20 machos que poderiam fertilizar 20 fêmeas, resultando em 100 filhotes.
Conclusões
A – Esterilizar só as fêmeas traz o mesmo resultado que esterilizar machos e fêmeas.
B – Esterilizar só as fêmeas em relação a esterilizar só os machos reduz os nascimentos de 500 para 100.
Esterilizar machos e fêmeas, (o que acontece na maior parte dos projetos) não se mostra necessário para atingir o objetivo de redução da procriação e, por consequência, do abandono e de outros problemas, ainda que haja outros motivos para que machos sejam castrados (de saúde e comportamentais).
Enfim, a realidade não é tão exata como indicam os cálculos acima, a castração de machos não é inócua para o controle populacional, mas seu impacto para este fim é bem menos significativo do que o da castração de fêmeas. Havendo recursos, ótimo, que os machos TAMBÉM sejam castrados. Mas, se por algum motivo (poucos recursos financeiros, por exemplo) houver a necessidade de se priorizar parte dos animais, que sejam priorizadas as fêmeas.