Lembra do Bolt? Cão resgatado no ano passado enfrentou mais um abandono

Lembra do Bolt? Cão resgatado no ano passado enfrentou mais um abandono
Bolt/Thor ano passado, quando resgatado pela primeira vez, e hoje, forte e saudável. (Fotos: Acervo Pessoal)

Você se lembra do Bolt, cachorro resgatado ano passado enquanto definhava na casa da própria tutora? Magro, esquelético, supostamente sem comida, água e área para se proteger do sol e chuva, o animal foi socorrido por um grupo de protetores de animais que invadiram a residência onde ele estava. O caso teve cobertura do Campo Grande News, mobilizou as redes sociais e envolveu até polícia.

A protetora Bruna com Thor.

Hoje, o cão está forte, feliz, sendo muito bem tratado pelas protetoras Bruna Rajão e Márcia Loza. No entanto, elas contam que muita coisa aconteceu até o esperado “final feliz”. Além disso, fizeram uma descoberta: Bolt é surdo, e isso explica muito do seu comportamento estranho e diferente, que causou rejeição entre vários adotantes.

Após o tumulto, no ano passado, Bolt ganhou um novo lar. Muitas pessoas queriam cuidar do animal, e ele finalmente teve o “final feliz”. Ou quase. Pouca gente sabe, mas a protetora animal e professora Bruna Rajão, 30 anos, conta que o cachorro ainda passou por poucas e boas depois do alvoroço na mídia.

Depois de ganhar um novo tutor, ele estava, supostamente, bem cuidado e feliz. Até que, em janeiro desse ano, foi encontrado novamente, na rua, sendo levado por uma mulher para o Centro de Controle de Zoonoses, quase tão magro e desnutrido quanto da última vez. “Uma amiga minha reconheceu o Bolt, parou a mulher e descobriu que era a irmã do antigo dono. Ela tinha sido abandonado pelo dono e ela estava levando para o CCZ, disse que era impossível cuidar dele”, relata Bruna.

Bolt/Thor, quando encontrado em janeiro deste ano, novamente esquelético.

Indignadas, elas o resgataram novamente. Ele engordou, ficou bem e foi colocado para a adoção, de novo. “Umas três pessoas pegaram o Bolt, mas todas devolveram. Diziam que ele é muito agitado, não queriam mais”, diz Bruna. “Teve uma mulher que pegou ele às 10h, quando foi 10h15 me ligou de volta, pedindo pra devolver”.

Sem entender o motivo de tanta rejeição, Bruna decidiu ficar com o Bolt. Mas ela não tinha espaço na própria casa. Então, teve a ajuda da amiga, a auxiliar de cozinha Márcia Louza, 35 anos. Hoje, Bolt se chama Thor, um “nome mais forte, por tudo o que ele passou”. Ele mora com Márcia, mas os custos são pagos por Bruna.

Hoje Thor está muito bem tratado, pesa 38 quilos, está feliz e saudável.

“Ele está bem, melhorou muito”, diz Márcia. E a grande descoberta, a surdez do animal, foi feita por acaso. “Eu percebia que ele não reagi aos barulhos, se alguém batia palma, ou barulho da moto, ele ficava imóvel”. A falta da audição explicou alguns comportamentos de Thor, como ficar olhando por minutos para algum ponto fixo, a agitação e latidos para o “nada”, e outros. “A gente agora tenta cuidar melhor dele, evitar as coisas que o irritam, ele está muito feliz”.

Bruna reforça que não quer mais encontrar novos donos para o bichinho. “Tenho medo, depois de tudo o que ele sofreu. Tenho bastante gastos, mas prefiro que ele fique com a gente”, destaca.

Thor tem um melhor amigo, o pastor alemão Tony, e finalmente teve o seu esperado e difícil final feliz.

Por Eduardo Fregatto

Fonte: Campo Grande News

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