Macacos passam por reabilitação após resgate e se preparam para encontrar ‘parentes’ em reservas
Quatro macacos, que eram criados ilegalmente por moradores no Tocantins, vão voltar a conviver com animais da mesma espécie. Eles foram resgatados e levados pra o Centro de Fauna, localizado em Palmas. Na unidade, passaram por reabilitação e agora estão prontos para serem transferidos a unidades de conservação na Bahia e no Pará.
Tratam-se de quatro primatas bugio, também conhecidos por guariba ou barbado. São espécies que, no território tocantinense, habitam as matas do cerrado e dos remanescentes do bioma Amazônia na região norte. Segundo o Naturatins, eles foram resgatados em casas, onde eram criados.
Agora, terão uma chance de retorno a um grupo social. A transferência deve ser realizada nesse mês de maio e em junho.
Segundo a equipe técnica do Cefau, duas fêmeas da espécie Alouatta caraya serão recepcionadas no Parque Vida Cerrado, um centro de conservação e educação socioambiental localizado na região oeste da Bahia.
Além disso, um casal da espécie Alouatta belzebul, bugio de mãos-ruivas, ameaçada de extinção e endêmica ao Brasil, será recepcionado no Parque Zoobotânico Vale, localizado na Unidade de Conservação Floresta Nacional de Carajás, no Pará.
“Nestes abrigos, as espécies estarão protegidas contra novas ameaças e terão a oportunidade de viver em grupos, uma característica essencial destas espécies. Desta forma, o Naturatins segue no cumprimento de sua missão, buscando as melhores soluções, para proteger a natureza do Cerrado”, argumenta o coordenadora do Ciamb, Angélica Beatriz Corrêa Gonçalves.
Angélica enfatizou que o Centro de Fauna recebe animais impactados pela perda dos ambientais naturais causada pelo desmatamento, por incêndios, tráfico e pela mão humana. “Além de ser crime ambiental previsto na Lei 9605/1998, é de uma crueldade sem adjetivos”.
De acordo com o Naturatins, os animais acolhidos no Cefau recebem cuidados, tratamento, reabilitação e posteriormente podem ter três destinações. Após a avaliação da equipe técnica, podem ser soltos no ambiente natural quando demonstram aptidão física, nutricional, comportamental e de saúde; destinados para criadouros conservacionistas legalizados, quando não apresentam requisitos para retornar à natureza e se morrerem são destinados a projetos de pesquisa ou coleção científica.
O Tocantins tem 91% do seu território composto pelo Cerrado e os demais 9%, pelo bioma Amazônia (IBGE). O Cerrado tem expressiva riqueza de fauna e flora, sendo o segundo maior bioma em extensão no Brasil e o de maior biodiversidade dentre todas as savanas do mundo. Os registros apontam a presença de 199 espécies de mamíferos, 864 de aves, 180 de répteis, 210 de anfíbios e 1.200 de peixes. E já foram catalogadas 12 mil espécies de plantas, sendo 4 mil delas endêmicas, ou seja, de ocorrência exclusiva no bioma.
Solturas
De acordo com o Cefau, entre outubro de 2020 a março de 2021, foram devolvidos à natureza exemplares das espécies jaguatirica (Leopardus pardalis), tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), ouriço-cacheiro (Coendou prehensilis), maracanã-do-butiti (Orthopsittaca manilata), jacupemba (Penelope superciliaris), macaco-prego (Sapajus libidinosus); dentre outros.
O Naturatins adota o procedimento de evitar a divulgação das solturas dos animais silvestres, no momento de sua realização para potencializar a segurança das espécies durante o intervalo de ambientação no retorno à natureza.
Para contato com o setor de Fauna, o Naturatins disponibiliza os contatos por telefone através do (63) 3218.2660 ou via e-mail [email protected].
Fonte: G1