Mais de 440 pinguins são encontrados mortos em praias do litoral de SP

Mais de 440 pinguins são encontrados mortos em praias do litoral de SP
Foto: Rodrigo Tiburski/ ONG R3 Animal

Mais de 440 pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) foram encontrados mortos em praias de cidades do Vale do Ribeira, no litoral de São Paulo, durante o mês de agosto. O levantamento foi realizado pelo Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC).

O IPeC recolheu as aves em trechos de praias da Ilha Cardoso, Ilha Comprida e Iguape. Em nota, a instituição explicou que a época é de migração de diversas espécies e muitas ficam debilitadas durante essa viagem, o que facilita os encalhes, interação com redes de pesca e ingestão de lixo. Alguns animais mortos tinham linha de pesca no pescoço.

De acordo com o IPeC e com os biólogos William Schepis e Jorge dos Santos, apesar do expressivo número de pinguins-de-Magalhães encontrados mortos, a situação é considerada comum nesta época do ano.

“A espécie se encontra listada na categoria ‘quase ameaçada’ da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). Antes desse estado é ‘pouco preocupante’ e depois é ‘vulnerável’, explicou o biólogo William Schepis.

O especialista Jorge dos Santos acrescentou que é difícil ter um direcionamento claro sobre o gerador da taxa de mortalidade da espécie. No entanto, há um fator preocupante: “Há preocupação se os efeitos climáticos ou a questão da poluição podem estar interferindo nesse processo [deles voltarem vivos para o local de origem]”.

Devido os casos de gripe aviária no Brasil, o IPeC orienta que as pessoas evitem o contato com aves e mamíferos marinhos em casos de encalhes nas praias.

“Jamais tente devolver o animal para a água ou resfriá-lo, visto que isso pode levá-lo à morte”, afirmou a instituição, por nota.

Em casos de animais marinhos encalhados nas praias da Bacia de Santos, entre em contato com o IPeC pelo (13) 3851-1779 ou ligue para o projeto de monitoramento no 0800-642-3341.

As fotos e denúncia foram feitas pela ONG R3 Animal que trabalha em prol da conservação da biodiversidade através da reabilitação de animais selvagens, pesquisa e sensibilização da sociedade, buscando a recuperação do meio ambiente, minimizando o impacto humano. Clique aqui para conhecer o trabalho da ONG.

A Organização das Nações Unidas (ONU) desenvolveu uma série de objetivos ambiciosos no ano de 2015 por meio de um “Pacto Global”, que envolve os seus 193 países membros. Ao todo, o projeto da ONU contempla 17 ODS, ou seja, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

A temática apresentada fere totalmente o ODS 14.1 que fala sobre, até 2025, prevenir e reduzir significativamente a poluição marinha de todos os tipos, especialmente a advinda de atividades terrestres, incluindo detritos marinhos e a poluição por nutrientes.

Por Maria Fernanda Garcia

Fonte: Observatório do 3° Setor

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