Mais de 50 animais resgatados pela Prefeitura de Curitiba (PR) estão à espera de um lar
São mais de 40 cachorros, dez gatos e três coelhos. Todos à espera de uma família e do aconchego de um lar. Esses são os bichinhos que, hoje, vivem no Centro de Referência para Animais em Risco (Crar) da Prefeitura de Curitiba.
Eles foram apreendidos de situações de maus-tratos, de acumuladores ou são comunitários – que é quando o animal é cuidado por um grupo de pessoas, sem ter um tutor – e por alguma razão precisam da atenção dos profissionais do Crar.
Cinco veterinários da Rede de Proteção Animal e dois cuidadores são os responsáveis pelos bichinhos que ficam ali.
“Nós recebemos vários animais em situações de maus-tratos. Então, a gente tem que trabalhar a saúde deles, o comportamento, para poder torná-los aptos para a adoção. Posteriormente, trabalhamos a adoção”, explicou a veterinária Dirciane Floeter.
A capacidade do espaço é para 30 cachorros, conforme a veterinária. Porém, atualmente, 25 cães adultos e 20 filhotes estão no local.
Cada um deles, com exceção dos filhotes, tem um nome: Tigrinho, Negão, Laureta, Nina, Campana, Shakira, Princesinha, Apolo…
Adoção consciente
A ideia é de que esses animais permaneçam no Crar temporariamente. Para saírem dali, somente por meio da adoção consciente.
A veterinária disse que é importante que toda a família esteja de acordo com a adoção, já que todos os integrantes vão se envolver com o bichinho.
Dirciane lembrou de questões que precisam ser levadas em consideração na hora da adoção. Espaço adequado e condições financeiras para alimentação, vacinação e tratamento veterinário estão entre os quesitos.
“Ter disponibilidade de tempo também para poder dar atenção para o animal. Não adianta a pessoa adotar e passar o dia inteiro fora, só chegar à noite. O animal também se sente muito sozinho”, afirmou.
A veterinária ainda falou sobre as vantagens de adotar um animal sem raça definida (SRD), conhecido popularmente como vira-lata.
“São animais mais resistentes e eles têm um carinho pela gente muito grande. São animais que passaram por situações ruins e, com as pessoas, eles vão poder ter uma vida digna e receber carinho. Então, eles têm muita gratidão”, pontuou Dirciane.
Segundo a veterinária, alguns fatores acabam dificultando a adoção de cachorros vira-latas, como porte, idade e cor.
“Geralmente, os cães maiores, os pretos e idosos são os mais difíceis de doar. A gente vai trabalhando, vai convencendo as pessoas para que adotem um animal idoso. Eles não vão ficar muito tempo com a pessoa, mas pelo menos vão ter um final de vida saudável, confortável”, afirmou.
Dirciane ressaltou que os filhotes são doados apenas depois da castração, que costuma ser realizada quando eles completam três meses.
Adotante
A farmacêutica Diandra Miqueleto, de 27 anos, tem três cachorros – todos adotados. Há sete meses, ela tirou a Flor do Crar. Agora, voltou ao centro de referência para conhecer os novos habitantes e, talvez, levar uma “irmã” para a Flor.
“Incentivo a adoção porque todo animal merece ter uma família”, afirmou Diandra.
Ela também é uma defensora dos vira-latas. “Eles são amorosos e aprendem rápido”, disse.
O Crar
O Crar fica na Rua Lodovico Kaminski, nº 1.381, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC).
O horário de visitação é das 9h às 12h e das 14h às 16h30 todos os dias da semana. Em feriados, o funcionamento é 9h às 12h e das 13h30 às 15h30.
Todos os animais são castrados, vacinados, desverminados e microchipados. Os interessados na adoção devem levar documentos de identidade (RG e CPF) e comprovante de residência. Além disso, é necessário assinar um termo de adoção responsável.
Nos sábados, domingos e feriados, um veterinário da Rede de Proteção Animal fica de plantão para esclarecer dúvidas e orientar os interessados.
Por Thais Kaniak
Fonte: G1