Mais de 90 animais do zoológico da UFMT já foram transferidos para outras unidades após desativação
Do ano passado para cá, mais de 90 animais já foram transferidos do zoológico da UFMT, em Cuiabá, para outras unidades. O zoológico foi desativado 2016 e no ano passado se transformou em Centro de Medicina e Pesquisa de Animais Silvestres (Cempas).
“Eles (animais) foram destinados para órgãos que preveem a preservação e conservação das espécies. O habitat que eles estão hoje permite com que possam ter uma reprodução natural, visando essa questão da conservação que é um foco hoje eminente quando a gente fala do nosso centro”, explica a professora Caroline Pescador, vice-diretora da Faculdade de Medicina Veterinária.
Um dos casos mais recentes é o dos jabutis que foram para o Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro. Eles passaram a fazer parte do projeto Refauna, desenvolvido pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
Além deles, um gavião-real, emas e uma anta também deixaram o antigo zoológico.
Atualmente vivem no Cempas em torno de 600 animais. Não há previsão para outras transferências, mas os animais seguem sob os cuidados dos profissionais e pesquisadores responsáveis pelo centro.
Sobre o Refauna
O projeto Refauna, ao qual os jabutis foram agregados busca reconstruir a fauna que houve um dia na floresta do parque carioca. Eles serão uma parte essencial nesse processo por conta do papel importante que desempenham na dispersão de sementes.
Caminhando, eles pisoteiam plantas que têm mais facilidade de se estabelecer e acabam impedindo o crescimento de outras espécies. Além disso, comem sementes grandes quase sem mastigá-las. Quando defecam, levam as sementes para novas áreas e ajudam no processo de germinação.
O jabuti-tinga (Chelonoidis denticulata) pertence à família Testudinidae. A fêmea da espécie se destaca por ser maior, com cerca de 70 centímetros. O macho atinge 40 centímetros. Apresentam a coloração amarelada e podem pesar até 12 kg.
Por Nathalia Okde
Fonte: G1