Mais de 90 animais foram encontrados mortos nas praias de Santos, São Vicente, Guarujá e Bertioga, em SP

Mais de 90 animais foram encontrados mortos nas praias de Santos, São Vicente, Guarujá e Bertioga, em SP
Tartaruga com petrecho de pesca; Gremar também salvou 24 animais no mesmo período / Imagem: Divulgação / Instituto Gremar

No 1º trimestre de 2021, o Instituto Gremar registrou o resgate de 24 animais vivos e recolheu 91 animais mortos (entre aves, mamíferos e tartarugas) nas praias dos municípios de São Vicente, Santos, Guarujá e Bertioga, conforme dados do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). As informações, do próprio Instituto Gremar, foram divulgadas nesta terça-feira (20). 

Dos 24 animais vivos resgatados, foram 14 aves: sete atobás (Sula leucogaster), dois gaivotões (Larus dominicanus), um bobo-grande (Calonectris diomedea borealis), um bobo-pequeno (Puffinus puffinus), um trinta-réis (Anous stolidus), um biguá (Phalacrocorax brasilianus) e uma fragata (Fregata magnificens); e dez tartarugas-verdes (Chelonia mydas).

Destes, seis já foram reabilitados e reintegrados à natureza: quatro atobás e duas tartarugas-verdes.

Entre os 91 animais mortos recolhidos estavam:

–  cinco aves, todas da espécie Sula leucogaster (atobá);

– 18 mamíferos, sendo 16 da espécie Pontoporia blainvillei (toninha), um da espécie Sotalia guianensis (boto-cinza) e um não identificado devido a avançado estágio de decomposição;

– 68 tartaruga marinhas, sendo 50 da espécie Chelonia mydas (tartaruga-verde), dez da espécie Caretta caretta (tartaruga-cabeçuda), uma da espécie Lepidochelys olivacea (tartaruga-oliva), uma da espécie Eretmochelys imbricata (tartaruga-de-pente) e seis não identificadas devido a avançado estágio de decomposição.

Entre as causas das mortes dos animais, foram identificados sinais de colisões com embarcação, ingestão de resíduo sólido (lixo), interação com petrechos de pesca e dragagem.

Vulnerabilidades dos animais marinhos

Animais marinhos são vulneráveis à mortalidade por petrechos de pesca em diversas situações, como o curto período entre o anzol deixar o barco e afundar, esclareceu o Instituto.

Os animais também podem ser fisgados e potencialmente feridos durante o recolhimento da linha, além do fato de iscas e petrechos descartados incorretamente também atraírem o animal, que pode confundi-los com alimento. Da mesma forma, a presença de resíduos sólidos (lixo) no mar pode ferir ou matar os animais.

“Trabalhar pela conscientização da comunidade pesqueira através da educação ambiental e por uma fiscalização mais efetiva para inibir o descarte irregular dos petrechos de pesca estão entre nossas premissas de atuação”, informou o Instituto.

Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos

O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.

O projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.

É realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Gremar monitora o Trecho 9, compreendido entre São Vicente e Bertioga. Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800 642 3341 ou (13) 99711 4120.

Fonte: Costa Norte

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