Mais uma chance para os animais de rua de Canoas, RS
A Secretaria Especial de Bem-Estar Animal de Canoas (Sebea) realizou, neste domingo (04), mais uma Feira de Adoção no ParkShopping Canoas. Cães e gatos resgatados em ações da Sebea receberam a chance de ganhar um novo lar.
Quem aproveitou para encontrar um novo amigo foi Maria Conceição da Silva, moradora do bairro Harmonia, e seu filho Rafael da Silva, que adotaram o Alfinete, um gatinho de apenas 45 dias.
“Um animal não tem preço para mim, eu vou muito pelo coração. Todos os meus animais eram de rua e o carinho que eles têm com todos nós é muito grande e bonito. Sempre que posso ajudar, eu ajudo, tanto que lá em casa já são três cachorros e, agora, quatro gatos”, contou.
Todos os cães e gatos da feira estavam vacinados, desverminados e castrados – com exceção dos filhotes, que após atingirem a idade certa são castrados gratuitamente pela Sebea.
Adoção responsável
Para levar um dos animais, todos tiveram que apresentar documento com foto, comprovante de residência e preencheram um formulário de entrevista.
Um dos que fizeram este pricesso foi o casal do bairro Nossa Senhora das Graças, Andrew Caus e Taís Rufatto, de 30 anos. Eles ficaram sabendo sobre a Feira de Adoção através das redes sociais da Prefeitura de Canoas e vieram preparados para levar uma gatinha para casa.
“Queremos adotar um animal da Feira há algum tempo e ficávamos acompanhando nas redes sociais da Prefeitura. Sempre tínhamos algum compromisso marcado, mas hoje finalmente deu tudo certo e estamos aqui”, disse Andrew, com uma gata filhote que em breve descobrirá qual será seu nome.
Para a secretária adjunta da Sebea, Fabiane Borba, o objetivo é oportunizar que mais animais resgatados das ruas possam ter um bom lar através da adoção responsável.
“A Feira é mais uma das ações que promovemos em combate aos maus-tratos dos animais de Canoas. As adoções são responsáveis e sérias. Queremos que todos os que são resgatados encontrem bons tutores que lhes dê muito amor e carinho”, disse.
Ações pelos animais
As ações para o Bem-Estar Animal são muitas, seja com as mais de 6.100 castrações, com o Castramóvel inaugurado no dia 30 de agosto ou com os diversos atendimentos e cirurgias gratuitas realizadas através da Sebea.
“Além do programa Canoas do Bem, que troca os cavalos e carroças por triciclos, ajuda financeira mensal e capacitação para as famílias participantes. É um trabalho que tenta ser o mais abrangente possível pensando no bem-estar animal do município”.
Adoções de segunda a sexta também
Das 9h às 17h, de segunda a sexta-feira também é possível adotar cães, gatos e cavalos na Sebea (Avenida Boqueirão, 1986, Bairro Igara).
Se o horário informado não é compatível com o seu dia a dia, é possível entrar em contato para marcar uma visita através do WhatsApp do Bem-Estar Animal: (51) 9138-5613.
Fonte: Prefeitura de Canoas
Nota do Olhar Animal: Nessa matéria, o termo “chance” se refere apenas à oportunidade factual dos animais conseguirem um lar. Mas é curioso como tem sido comum aplicarem a expressão “dar mais uma chance” com um sentido moral em situações que envolvem animais vítimas de abusos ou maus-tratos, como se o respeito devido a eles fosse algo a ser concedido pelos humanos ao final de um processo meritório. Reconhecer e respeitar os interesses próprios dos animais é uma obrigação moral e não um prêmio. Dar-lhes abrigo e/ou cuidados é (ou deveria ser) uma manifestação desse reconhecimento. Dar ou não dar “uma chance” é aplicável, por exemplo, no caso de quem viola esses interesses e os principais para os animais são o interesse em viver, em não sofrer e em desfrutar de suas vidas. É a chance que os humanos têm para rever seus conceitos e mudar de postura em relação aos demais seres sencientes. Em um processo de adoção de cães e gatos, tema da matéria, se alguém está recebendo “uma chance” (no sentido que motivou essa reflexão), esse alguém são os possíveis novos tutores, apresentando-se a eles a oportunidade de praticarem sua solidariedade, sua compaixão, de exercerem sua cidadania e de resgatarem uma parte ínfima da dívida impagável que a humanidade tem para com os animais. É uma chance de aprimoramento civilizacional se entenderem que o animal não lhes deve nada, muito pelo contrário. Da forma como é corriqueiramente usada, a expressão “dar uma chance” parece mais uma ameaça ao animal no sentido de que, se ele não atender às expectativas e demandas humanas, poderá “perder a chance”, talvez com a devolução ao lugar de origem ou até com um novo abandono.