Milagre de Natal

Milagre de Natal
Treês gatos maravilhosos....

A maioria das pessoas vive alheia ao grande drama dos animais maltratados. Muitas acreditam, iludidas, que existem políticas públicas eficientes para protegê-los, ou que as iniciativas voluntárias independentes, como ongs, sempre endividadas e superlotadas, conseguem oferecer um grau razoável de proteção aos bichinhos. É só no dia em que se defrontam diretamente com um caso de abandono que a cruel realidade os atinge: praticamente só podemos contar com nossa própria consciência e boa vontade para salvá-los.

E assim foi com a Isabel Mezzalira. Numa véspera de Natal, lá em 2001, ela e a sobrinha receberam um inesperado presente: “Andávamos pela rua quando de repente ouvimos um miado desesperado. Era um gatinho preto, muito pequeno, andando em direção ao trânsito. Seria atropelado e morto! Minha sobrinha correu e o pegou. Logo vi uma sacola de supermercado deixada na beirada de uma boca de lobo… E lá dentro, mais dois outros gatinhos. Foi um susto só”, lembra ela.

“Pegamos a sacola e nos dirigimos a uma veterinária próxima para que ficasse com os animais. Nada! Uma senhora na rua nos parou e disse que havia uma casa, naquela rua mesmo, que aceitaria os gatinhos. Fomos até lá, e nada!” Foi então que Isabel começou a perceber que aqueles serezinhos só tinham a ela com quem contar, pois mesmo as outras pessoas que ajudam animais não estavam em condições de socorrê-los naquele momento.

“Eles eram tão pequeninos e o pretinho não parava de miar, desesperado. Resolvemos ir para a casa de minha mãe, que era perto, e no caminho passamos por uma pet shop. A dona, condoída com o estado dos bichinhos, doou um pacote de ração.”
Mas a aventura não parou por aí. “Já em casa, foi  preciso esconder os bichanos, pois minha mãe não gostava muito de animais. Minha sobrinha pegou uma caixa de sapato e os depositou nela. Os três beberam, comeram e se embolaram no canto…” Foi então que Isabel tomou uma grave e feliz decisão. “Levei os três, provisoriamente para a minha casa. E esse “provisório” dura até hoje! São meus gatos mais lindos: Reiarthur, Morgana e Morgause. Depois, ainda vieram mais dois resgatados, Merllin e Lancelot”. Orgulhosa, ela avisa: “Envio foto porque eles são lindos mesmo!” Final feliz para toda a corte felina, como num verdadeiro conto de Natal… E também para a Isabel, que deixou o amor falar mais alto.


Texto baseado no depoimento de Isabel Maria Alves Mezzalira, de São Paulo, SP.

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