Milhares marcham pelos direitos dos animais em Hong Kong e exigem que agressores peguem 10 anos atrás das grades
Milhares de pessoas enfrentaram o calor escaldante de Hong Kong na tarde do dia 12 de maio para marchar em apoio aos direitos dos animais onde eles exigiram punições mais duras para os agressores de animais.
Alguns manifestantes trouxeram seus animais de estimação, enquanto outros carregavam cartazes com slogans que diziam: “parem de maltratar animais”, e “10 anos de prisão”, enquanto eles caminhavam sob a temperatura de 32,6°, de Charter Garden, no centro, para a sede do Governo, em Admiralty.
Os organizadores afirmaram que mais de 6.000 participaram, enquanto que a polícia estimou em torno de 900.
O parlamentar do Partido Democrata Roy Kwong Chun-yu, que ajudou a organizar o evento, afirmou que o comparecimento foi inesperadamente grande.
“Isso nos dá um impulso”, disse ele, “agora podemos mostrar à comunidade internacional que estamos prontos e agiremos para proteger os animais”.
Outro organizador, Mark Mak Chi-ho, presidente executivo de um grupo de bem-estar animal sem fins lucrativos, a Sociedade de Serviços Veterinários, também disse: “Os agressores de animais devem ser presos por 10 anos. Eles estão tirando vidas”.
Uma participante, Lily Chung, que levou seu vira-lata à marcha, disse: “Trata-se de respeitar a vida. O governo não deveria mais continuar arrastando seus pés. É hora de agir”.
A preocupação pública com os maus-tratos a animais aumentou recentemente após um caso horrendo de crueldade em um abrigo de animais em Ta Kwu Ling, onde cerca de 38 cães e gatos morreram de fome.
A marcha de domingo coincidiu com uma consulta pública contínua de três meses para alterar as leis para melhorar o bem-estar animal.
A lei proposta define o dever dos tutores, detentores e criadores de cuidar dos animais de estimação, bem como dos trabalhadores que manipulam animais vivos em locais como mercados de alimentos. Estes cuidados incluem levar os cães para passear regularmente, vacinar os animais de estimação e levar os animais doentes ao veterinário sob um código de prática.
As autoridades também terão poderes extras para intervir em casos suspeitos de maus-tratos, incluindo os de inspeção e supervisão. A lei proposta prevê aumentar as penas, como o tempo de prisão para até 10 anos.
O Decreto de Prevenção à Crueldade Contra Animais, promulgada em 1935 e atualizada em 2006, é a principal legislação sobre proteção animal em Hong Kong.
A pena máxima atualmente é de três anos de prisão e multa de HK$ 200.000 (cerca de R$ 103 mil) por atos de crueldade contra animais.
De 2016 a 2018, o Governo recebeu uma média de 300 casos de suspeita de crueldade animal por ano, e foi um total de 47 casos de acusação bem-sucedidos. A sentença mais pesada proferida pelo Tribunal desde 2006 foi de 16 meses de prisão.
Em seu discurso político no ano passado, a líder da cidade, Carrie Lam Cheng Yuet-Ngor, prometeu emendar a lei de proteção ao bem-estar animal.
Em Hong Kong, mais de um décimo das famílias mantém animais de estimação. De acordo com a pesquisa feita em 2017 pelo Secretariado do Conselho Legislativo, o número de cães e gatos mantidos por famílias aumentou em 40%, de 297.000 para 415.000, entre 2005 e 2010.
Por Ng Kang-Chung / Tradução de Fátima C G Maciel
Fonte: South China Morning Post