Ministério investiga muitos negócios de vendas de porcos vivos após acusações de crueldade animal na Nova Zelândia

Ministério investiga muitos negócios de vendas de porcos vivos após acusações de crueldade animal na Nova Zelândia

Alerta: A história a seguir tem referências a crueldade animal.

O Ministério das Indústrias Primárias (MPI) da Nova Zelândia investiga duas empresas de venda de porcos vivos e alertou para um terceiro, depois que todos os três clientes informaram que usam um martelo caseiro para nocautear os animais antes de matá-los.

Gravações telefônicas mostram que todas as três companhias sugeriram o método, apesar de ser claramente uma violação à lei.

Um vídeo comercializa porcos entregues vivos à sua porta.

“Muito puaka. Quer um pouco? Venha e pegue”, diz o vídeo.

Mas sugerir que os animais podem ser atordoados com um martelo horrorizou o grupo de direitos dos animais SAFE. “É muito arrogante e abominável e acho que a maioria das pessoas ficaria bastante surpresa e chocada”, diz Will Appelbe, gerente de investigações e respostas rápidas do SAFE.

As empresas, Island Time Pigs, Mr Pig e Funga Puaka, operam serviços de entrega de porcos vivos no Facebook.

Todos os três foram gravados por um voluntário da SAFE, que se passou por um possível consumidor.

Um representante da Island Time Pigs ofereceu orientações depois de o interlocutor dizer que não tinha uma arma. “Apenas um martelo na testa e, em seguida, apunhalá-lo na garganta”, disse o representante da Island Time Pigs NZ. Em seguida, um membro da equipe do Mr. Pig ofereceu orientações semelhantes.”Eu apenas o atordoaria com um martelo e depois o esfaquearia no coração”, disse o representante da Sr. Pig.

Assim como Funga Puaka.

“Basta bater na cabeça com um martelo ou algo forte”, disse o representante da Funga Puaka. Appelbe diz que isso provavelmente esteja acontecendo nos quintais das pessoas pelos novatos, é “seriamente preocupante”. 

“É preocupante para nós que esse tipo de conselho seja dado às pessoas que compram porcos vivos. Isso não reflete as melhores práticas”, acrescenta a cientista e consultora de bem-estar animal da NZ Pork, Dra. Kirsty Chidgey.

O código legal de bem-estar para os porcos é claro e se aplica a qualquer um que comprar um porco vivo. Apenas filhotes de porcos não desmamados podem ser derrubados com uso de um objeto pesado, como um martelo. Mas tal método de derrubar é proibido para animais maiores. Uma pistola de dardo cativo ou arma de fogo ou pistola de dardo cativo “deve ser usada” para atordoar os porcos antes que sangrem até morrer.

E, apesar de filhotes de porcos não desmamados poderem ser atordoados com uso de um objeto pesado, isso só é permitido em uma emergência, por exemplo se os porcos estiverem machucados.

Mas os catálogos das empresas comercializam grandes animais que pesam entre 20 e 30 kg por 220 dólares.

A Island Time Pigs usa terras agrícolas em Taupiri, onde transporta porcos vivos para o público ao redor de Waikato e Auckland.

Newshub falou com o proprietário.

“Existem gravações da sua equipe sugerindo que está tudo bem atordoar um porco que pesa entre 20 e 25 kg com um martelo”, perguntou o repórter investigativo da Newshub, Michael Morrah.

“Bem, é isso que pessoas normais fazem”, o proprietário da Island Time Pigs respondeu.

“Sim, mas é contra a lei”, Morrah respondeu.

“Sim, nós entendemos isso”, o proprietário disse.

Ele disse que levantou a questão com a equipe.

“É algo que nós aprendemos com isso e, simplesmente, seguimos adiante.”

O operador da Mr Pig contou que ao jornal Newshub que o MPI falou com ele.

“Basicamente, obedecer às regras e regulamentos, para que esteja tudo bem”, ele disse no telefone para Morrah.

Ele então desligou.

Ninguém da terceira companhia respondeu os pedidos para comentar.

“É muito surpreendente que as empresas sejam ou ignorantes ou deliberadamente ignorantes sobre o Código de Bem-Estar”, Appelbe diz.

O MPI contou para o Newshub que “providenciou conselhos e educação” sobre o abate humanitário para um operador. As outras duas empresas ainda estão sendo investigadas.

O órgão que representa os suinocultores comerciais não sabia sobre os negócios de entrega de animais vivos no Facebook.
“Eles nunca foram auditados porque não estão registrados na NZ Pork. Infelizmente, não temos visibilidade desses tipos de operadores”, diz o Dr. Chidgey.

E é por isso que os defensores do bem-estar animal dizem que uma investigação adequada sobre a prevalência de tais operadores e os conselhos potencialmente cruéis oferecidos é garantida.

Por Michael Morrah / Tradução de Leonardo Faria

Fonte: Newshub


Nota do Olhar Animal: A forma como os animais são tratados é terrível e inaceitável, mas é apenas um AGRAVANTE em relação ao dano maior, naturalizado pela indústria “da morte” e aceito por muitas pessoas, que é o ABATE. O sofrimento imposto cotidianamente aos animais no transporte ou nas “linhas de produção” de carne não é menos repulsivo e imoral do que a violação do principal interesse dos animais, que é o interesse em viver. A produção não tem que dar melhores condições aos animais à espera da morte. Ela deve, sim, ser banida. O paladar dos humanos não é mais importante que a vida dos animais.

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