Morador denuncia desaparecimento de macacos-prego no bairro 1º de Maio, em Umuarama, PR

Morador denuncia desaparecimento de macacos-prego no bairro 1º de Maio, em Umuarama, PR
Foto: Colaboração/OBemdito

Uma situação bastante preocupante tem levantado suspeitas sobre a existência de caçadores de macacos-prego no bairro 1º de Maio em Umuarama. De acordo com o denunciante, vários episódios envolvendo disparos de arma de fogo nas matas da região podem estar conectados com o desaparecimento de alguns indivíduos da espécie.

OBemdito conversou com Héber, que é morador do bairro há vários anos e presta trabalhos voluntários para a preservação da mata nativa através do plantio de árvores. Ele, que acompanha a população de macacos-prego na mata e é bastante familiarizado com cada um dos animais, afirma que caçadores tem o hábito de invadir e matar os macacos com armas de fogo.

O episódio mais recente se passou no domingo retrasado (21). Héber afirma que estava em sua residência quando ouviu o barulho dos tiros na mata e já pensou se tratar de caçadores de macacos. Desde então, duas semanas se passaram e não há nenhum sinal de Chico, o líder do bando.

“Entrei na mata andei de cabo a rabo e não encontrei corpo nenhum, nem carniça nem moscas nada. Simplesmente sumiu”, afirmou o morador. A ausência dos cadáveres de macacos levanta a suspeita do morador que os supostos caçadores estejam consumindo os animais como alimento.

Ele lamenta profundamente o ocorrido, pois afirma que Chico fazia um bom trabalho liderando o bando dos macaquinhos. “Ele era o melhor líder que o bando podia ter, era bravo na hora certa, só comia bananas”, explica. “Mantinha o bando protegido e unido, deu muitos filhotes lindos e saudáveis. Era um animal muito inteligente, uma pena que um covarde fez isso com ele”.

Héber ainda informa que esta não foi a primeira ocorrência deste gênero que acontece no bairro. Em outubro de 2021, o morador viu três pessoas suspeitas entrando na mata e logo na sequência ouviu disparos de arma de fogo.

“Eu corri para dentro da mata gritando que não era para atirar nos bichos, inclusive dois pedreiros que trabalham em uma obra aqui na frente também foram ver e me chamaram de volta dizendo que eles poderiam atirar em mim também”, explicou Héber, que afirma que o acontecido foi precedido pelo desaparecimento de outro macaco do bando.

Estudo de remoção

OBemdito questionou o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) de Umuarama, que informou que uma equipe irá apurar o acontecido com o morador. O Instituto também disse que atualmente existe um estudo de campo realizado por Equipes de Fauna de Curitiba que está estudando a possibilidade de realocação dos animais da mata do bairro 1º de Maio para inserção destes animais em um ambiente mais adequado.

Entretanto, a situação ainda aguarda aprovação pois depende de vários detalhes específicos à espécie, que pode se tornar bastante agressiva uns com os outros quanto inseridos em um lugar com a mesma espécie, sendo necessário um centro de reintegração preparado para estes animais.

A recomendação do Instituto para casos semelhantes é que crimes ambientais sejam denunciados através do número de plantão da Polícia Ambiental, o (44) 3624-7330 ou no próprio plantão do IAP, pelo (41) 99554-2609.

Fonte: OBemdito

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