Morre cavalo que puxava carroça, no Uruguai

Morre cavalo que puxava carroça, no Uruguai

Protetores de animais pedem que o Ministério da Pecuária atue. A Comissão de Posse Responsável Animal garante que há dificuldades para aplicar sanções.

Na tarde de 23 de abril, dois cavalos puxavam uma carroça que transportava material de construção na cidade de Artigas, no Uruguai. Um deles entrou em colapso e os tutores do animal o amarraram a um poste e continuaram com sua tarefa, até que mais tarde retornaram ao local. Os vizinhos chamaram a polícia, e um veterinário foi ao local e constatou que o cavalo tinha morrido.

A organização protetora dos animais SOS Animal garante que se trata de um caso de maus-tratos extremos e exigem que sanções sejam impostas.

Karina Péres da SOS Animal explicou:

“Entendemos que é a forma de levar o pão até sua casa, mas há algo que nunca vamos compreender, que é como que o animal que te ajuda pode ser tratado dessa forma. O mínimo que você deve fazer é alimentá-lo bem, levá-lo a um veterinário e, de noite, prendê-lo em algum lugar para que não fique perambulando pela cidade. E não entendemos como que em Artigas ninguém faz nada”.

A normativa estabelece sanções para posse irresponsável de animais, como multas de 1.000 a 580.000 pesos, o confisco dos animais e a proibição da posse.

Entretanto, o diretor do Ministério da Pecuária em Artigas e encarregado da Comissão de Posse e Bem-estar Animal do departamento garantiu que, apesar de terem poderes para multar, há dificuldade para demonstrar quem é o tutor do animal e constatar os maus-tratos.

Gonzalo Jaureche, diretor do Ministério de Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) em Artigas, explicou:

“No caso dos cavalos que temos em Artigas, começamos com um problema inicial em que a maioria dos animais estão sem marca. Se o cavalo tiver uma marca, a lei estabelece que a única coisa que garante a propriedade do animal é a marca a fogo, se não está marcado, nós não podemos tomar nenhuma ação contra ninguém. Legalmente não podemos fazer muita coisa.”

Tradução de Alice Wehrle Gomide

Fonte: Telemundo


Nota do Olhar Animal: A postura do diretor do Gonzalo relatada na matéria é escandalosa. Fosse aqui no Brasil poderia ser enquadrada como prevaricação. A má vontade em investigar e aplicar a multa é evidente. Pelo raciocínio do diretor, quem não é “dono” do animal pode infligir maus-tratos à vontade, pois a responsabilidade será sempre apenas do “proprietário”.

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