Morte violenta de égua de carruagem provoca indignação na cidade Nova York

Morte violenta de égua de carruagem provoca indignação na cidade Nova York
AISHA, UMA ÉGUA QUE PUXAVA CARRUAGENS NA CIDADE DE NOVA YORK, CAIU REPETIDAS VEZES E FOI COLOCADA EM UM TRAILER. ELA FOI EUTANASIADA NO ESTÁBULO DO CENTRO DA CIDADE MAIS TARDE NAQUELE DIA

Imagens angustiantes de uma égua de carruagem ao cair repetidas vezes na rua e ser puxada para um trailer desencadeou uma enorme vigília no local do trágico incidente e um protesto no estábulo do centro da cidade onde ela mais tarde morreu. A égua Aisha estava com 12 anos e tinha puxado uma carruagem na cidade de Novo York por um ano quando morreu no dia 26 de fevereiro.

A pedido do NYCLASS, um grupo de direitos dos animais que defende o bem-estar dos cavalos, o Esquadrão de Crueldade Animal do Departamento de Polícia de Nova York iniciou uma investigação sobre a morte de Aisha.

“Para os operadores de carruagem, estes cavalos são mercadorias”, disse Edita Birnkrant, Diretora Executiva do NYCLASS. “Ao forçar Aisha a entrar no trailer para tirá-la da vista do público, os motoristas priorizaram o visual no lugar do bem-estar da égua, que deveria ter sido mantida onde ela estava até que um veterinário chegasse para examiná-la. Os operadores do transporte não seguiram o protocolo sobre a movimentação de um cavalo caído. O trauma que eles causaram ao tratá-la com tanta brutalidade contribuiu para a sua morte.”

A imagem de quando Aisha cai e de um cocheiro que sopra fumaça em seu rosto para forçá-la a entrar no trailer se tornou viral nas redes sociais. O Prefeito da cidade de Nova York, Bill de Blasio, que tem sido duramente criticado por seu fracasso em cumprir sua promessa de campanha de proibir as carruagens puxadas por cavalos, disse que ele estava “enojado” com o comércio de carruagens puxadas a cavalo na cidade.

O porta-voz do Conselho da Cidade, Corey Johnson, pediu por uma investigação:

A morte de Aisha é a terceira fatalidade com cavalos de carruagem relatada em 2020. De acordo com o Departamento de Saúde da Cidade de Nova York (DOH), os outros dois cavalos morreram de cólica.

Além dos cavalos que morreram, um cavalo caiu na rua depois de ter sido eletrocutado e bater em um poste, e um outro cavalo que estava desnutrido foi visto em diversas ocasiões puxando uma carruagem. Apesar dos apelos do NYCLASS, o DOH permitiu que o cavalo continuasse trabalhando.

Durante a vigília por Aishi, os músicos da cidade de Nova York Marilyn e Kirk Miller cantaram I’m in Here (Eu estou Aqui), de Sai, enquanto dezenas de ativistas de direitos dos animais colocavam flores no chão onde ela caiu.

A comunidade de direitos dos animais em Nova York tem defendido a proibição do comércio de carruagens puxadas por cavalos desde 2006, quando um cavalo chamado Spotty se assustou na Nona Avenida e colidiu com um carro, o que ocasionou sua morte e enviou o cocheiro para o hospital com ferimentos graves.

Em 2012, Bill de Blasio prometeu proibir rapidamente a indústria se ele fosse eleito prefeito, mas seu fracasso em agir rápido após sua vitória deu aos operadores de carruagem, imprensa, União dos Sindicatos e ao ator Liam Neeson, um porta-voz da indústria, diversos meses de apoio público à indústria. O NYCLASS, entretanto, não desistiu. Depois de diversos incidentes trágicos em 2020, a organização renovou sua demanda para que as carruagens puxadas a cavalo sejam proibidas na cidade de Nova York.

“Esta indústria está fora de controle e deve ser fechada”, disse Birnkrant. “Nós temos documentado operadores de carruagem a quebrarem leis há meses, desde apanharem passageiros na Times Square até sobrecarregarem as carruagens”.

Por Donyy Moss / Tradução de Fátima C G Maciel

Fonte: Their Turn

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