Motorista é indiciado por maus-tratos após atropelar cachorro e fugir em Montenegro, RS

Motorista é indiciado por maus-tratos após atropelar cachorro e fugir em Montenegro, RS
Vídeo que registrou a morte do cão causou comoção nas redes sociais - Crédito: Polícia Civil

Foi concluído pelo Cartório Amigos dos Animais da 1ª Delegacia de Polícia de Montenegro, o inquérito que apurou a morte de um cachorro na madrugada de 17 de março, no bairro Aeroclube de Montenegro. Concluiu o delegado André Lorbiecki Roese que não procede a alegação do indiciado, de 28 anos, em interrogatório, de que não viu o animal e depois teria saído por tê-lo visto se levantar “bem”. “Isso por que, conforme o vídeo, que causou comoção nas redes sociais, o suspeito, logo após outro veículo desviar do cachorro, aparece o do suspeito, com os faróis ligados, possibilitando boa visualização da rua e do cachorro, que aparece deitado”, afirma o delegado. Ele cita que o carro é rebaixado. “Ele dá uma diminuída, atropela, arrasta, volta, arrasta, retorna, arrasta novamente e volta na diagonal, passando com a roda em cima, indo então adiante sem parar. Tudo isso sobre uivos do cachorro e dos cães da rua”, relata Roese, com base no vídeo divulgado por uma ONG de defesa dos animais.

A Polícia avaliou que o suspeito percebeu o animal, tendo inclusive reduzido a velocidade momentos antes de passar por cima do cão, talvez com o intuito de causar menos danos ao veículo. Conforme foi apurado, o suspeito passa por cima do cachorro, momento em que começa uma algazarra de uivos de dor e latidos dos demais animais. “O suspeito então coloca parte do corpo para fora do veículo para acompanhar o que estava acontecendo, dá ré, anda mais uns metros para frente, dá nova ré na transversal, passando com a roda dianteira esquerda por cima do animal, que levanta agonizando. Mesmo assim, segue o motorista seu curso, sem se preocupar em prestar socorro ou verificar se o mesmo possuía dono”, diz o delegado.

Para a Polícia, mesmo que não tivesse visto o animal antes do atropelamento, tal algazarra que se escuta no áudio da filmagem não torna plausível não ter percebido o atropelamento, no mínimo, quando estava o animal em baixo do veículo. “Mesmo assim, o suspeito realiza manobras até passar com a roda por cima do cachorro, quando poderia tê-lo socorrido e minorar o dano”, declara Andre Roese. Entendeu o delegado em indiciar o motorista por maus-tratos a cão, qualificado pela morte e fuga do local do acidente, o que pode levar a uma pena de quase oito anos.

Fonte: Ibiá

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