MPRJ denuncia dono de hotel para cachorros no Rio após maus-tratos causar morte

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou Diogo Figueiredo Rocha Pinheiro, dono do hotel para cachorros Cães Fantásticos, no Recreio, Zona Oeste do Rio, por supostos maus-tratos após a morte de uma cadela que estava hospedada em seu estabelecimento.
VÍDEO: Ministério Público denuncia homem por morte de cachorra no Recreio
O MPRJ pediu a condenação de Diogo e argumentou que ele se omitiu do dever contratual de cuidar da cadela identificada como Lillo. A pena varia de 2 a 5 anos de prisão.
“Pinheiro, ora denunciado, livre e conscientemente, com amplo total domínio dos fatos concernentes à prestação de serviço de alojamento de animais domésticos, se omitiu em face do dever contratual de cuidar da cadela identificada como Lillo, que lhe fora entregue para hospedagem”, diz a denúncia.
De acordo com a denúncia, o animal morreu por zoodermatose identificada como miíase, que é uma infecção parasitária causada por larvas de moscas que invadem a pele do animal.
Saiba como aconteceu
Em depoimento à polícia, a tutora da cachorra Lillo, Patrycia Toledo Brizola, disse que deixou o animal no hotel em 23 de dezembro de 2021. No dia da retirada, 4 de janeiro de 2022, a cadela se encontrava bastante molinha e sendo secada por um funcionário, tendo o mesmo alegado que a cadela havia derramado o pote de água.
A tutora disse ainda que notou que o funcionário se encontrava muito nervoso e que a cadela estava com uma fístula abaixo do olho esquerdo. A mulher ainda notou que a boca da cadela estava cheia de larvas.
A tutora da Lillo chegou a levar a cadela ao hospital veterinário, mas ela não resistiu e morreu no mesmo dia em que deixou o hotel. O promotor responsável pela denúncia levou em consideração o resultado do laudo da perícia, que indicou que a infestação por larvas teria ocorrido no hotel para cachorros.
Laudo aponta causa da morte
A conclusão da perícia foi possível após a análise de vídeos, fotos e prontuários pela perícia. O laudo aponta que a causa da morte foi uma miíase, nome técnico para infecção pelas larvas.
Segundo o laudo, a presença de miíase provoca sofrimento, dor, risco de infecções e patologias e pode levar o animal à morte. A cadela já tinha doenças pré-existentes.
Em depoimento, os responsáveis pelo hotel alegam que isso não foi informado quando ela foi deixada lá.
Se for condenado, Diogo Figueiredo pode pegar até 5 anos de prisão.
A defesa de Diogo Figueiredo disse que ele ainda não foi notificado sobre a denúncia do MPRJ e que existe um inquérito de denunciação caluniosa de Diogo contra os donos da cachorra que morreu.
Por Pedro Figueiredo e Adriana Cruz
Fonte: g1