Não interagir com os animais silvestres é a melhor forma de respeitá-los

A epígrafe “Bertioga é um pedaço do paraíso com 33 km de praias de um lado e a Mata Atlântica do outro” é mais do que merecida, mas seus atributos também são responsáveis por colocar a vida selvagem em perigo permanente.
Grosso modo, o município está cravado sobre a planície costeira – restinga, manguezal e floresta ombrófila (pluvial) –, suas áreas abairradas se confundem e se mesclam às de proteção ambiental e a rodovia Doutor Manuel Hipólito Rego (mais conhecida como Rio-Santos) acompanha a cidade em sua trajetória sinuosa ao longo da costa enquanto corta ou tangencia os bairros.
Esta somatória de características geográficas e ocupação humana favorece a proximidade entre nós e as espécies selvagens, forçando ao convívio nem sempre harmônico por muitas razões diferentes.
Na alta temporada, a probabilidade de ocorrência de encontros inusitados se agiganta em virtude do adensamento populacional, tráfego intenso, abundância de comida pelo acúmulo de lixo (incluindo o lixo descartado em local inadequado pelos veranistas mal-educados), invasão do habitat pelos adeptos de trilhas e passeios etc.
Como os animais não leem placas de advertência nem podem se comunicar conosco, cabem a nós as regras da boa convivência.
Informações importantes:
– Respeite as leis de trânsito e as placas indicativas nas estradas e vias públicas.
– Não use cerol nas linhas das pipas. É extremamente perigoso para os animais e seres humanos, além de proibido por lei. Podem causar ferimentos graves, de cortes profundos à morte.
– Não alimente animais silvestres porque nossos alimentos podem até matá-los. E mais: tornam-se presas fáceis às pessoas mal-intencionadas ao se acostumarem à presença humana e ao oferecimento de comida.
– Não force a aproximação nem tente tocar ou segurar para fotos: mesmo o animal mais dócil pode arranhar e/ou morder quando amedrontado.
– Animais silvestres encontrados mortos devem ser encaminhados ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).
– Ao encontrar um animal silvestre exposto ao perigo ou com aparência de doente, entre em contato com o Departamento de Operações Ambientais (DOA) ou outro órgão competente.
Contatos
Atendimento 24 horas: DOA Bertioga – (13) 33177073, Defesa Civil – 155 e Polícia (emergência) – 190.
Atendimento de segunda a sexta-feira das 8h às 17h: CCZ de Bertioga – (13) 3316 4079
São crimes ambientais:
– Manter animais silvestres em cativeiro, como em gaiolas, viveiros, jaulas etc.
– Submeter esses animais ao desconforto, tirando-lhes a liberdade; mantê-los presos por meio de cordas, coleiras ou cintas; em cativeiro, deixá-los com fome ou sede; causar-lhes dor, mutilação ou morte.
– Usar armadilhas, como arapucas e redes, ou iscas para pegar animais silvestres com o objetivo de criá-los em cativeiro e/ou vendê-los. Isto é comércio ilegal = tráfico!
– Caçar para o abate, seja qual for a quantidade. Importante: são criminosos quem pratica o delito (prender, caçar, vender, matar) e quem compra ou recebe o animal (vivo ou morto).
Se alguém lhe oferecer um animal silvestre: não aceite e denuncie!
Fonte: Costa Norte
Nota do Olhar Animal: Essa postura se aplica da não interação se aplica quando a interação não tem o propósito de ajudar os animais na natureza. Claro que, com o conhecimento técnico adequado e mesmo em situações emergenciais, os animais devem ser ajudados. Acionando-se os órgãos que lidam com os animais ou, em última instância, buscando encaminhar os animais para atendimento.