Nem o sarro arranha a Espanha – Parte 2

Nem o sarro arranha a Espanha – Parte 2

Por Ellen Augusta Valler de Freitas

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O gaúcho é conhecido pelo bairrismo exagerado, isto é fato. Eu nada tenho a ver com esta cultura. Nasci aqui por acaso somente. Poderia ter nascido em lugares piores ou melhores. Se faço parte de coisas bonitas como o chimarrão e algumas canções nativistas que tenho imenso respeito, por outro lado há um exibicionismo sem igual, que apenas mostra o quanto de ego a humanidade inteira possui e que não serve para nada e do qual não participo, juntamente com milhares de gaúchos que nem sequer se preocupam com isso.

As pessoas que não nos conhece muitas vezes acham que andamos sempre de bombacha/vestido de prenda e falando aquele sotaque padrão que a mídia divulga, mas a verdade é que aqui existem muitas culturas, sotaques, povos e que muita gente nem sequer participa de determinados rituais tradicionalistas.

É só pensarmos, por exemplo, na força da colonização italiana e alemã.

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Aqui mesmo na terra do churrasco há uma cultura muito forte da alimentação vegana (alimentos sem produtos de origem animal, carnes, ovos e leite).

Veganos não consomem nada que tenha produtos de origem animal, buscando e inventando alternativas. Não usam roupas de pele de animais como o couro (tão idolatrado por aqui) e também evitam ao máximo possível o uso de produtos testados em animais. Trata-se de ativismo político, ambiental e pessoal, pois os veganos geralmente buscam entrar em contato com empresas, políticos e participam ativamente nas mudanças que vêm ocorrendo, principalmente aqui no Rio Grande do Sul.
É uma atitude revolucionária e que vem crescendo muito em diversos países por motivos ambientais e éticos.

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Aqui no Brasil, o Rio Grande do Sul é o Estado que mais tem opções vegetarianas e veganas. E é aqui mesmo que as pessoas inventam, usam a criatividade para inventar até mesmo o “queijo” 100% vegetal, que foi produção do Restaurante Vegano Casa Verde. Neste mesmo restaurante está sendo servida a primeira cerveja com selo vegan do Brasil e também adequada para celíacos.

Temos um bar noturno totalmente vegano com práticas de permacultura, temos tele-pizza e pizzaria noturna vegana e diversos restaurantes vegetarianos e veganos. Produtos veganos, docerias veganas, opções de roupas e diversos itens. Tudo com muita criatividade e atitude.

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A cultura pode e deve mudar ao longo do tempo. O que antes era apenas atitude de alguns “lunáticos” ou “xiitas” (acreditem, já teve gente preconceituosa que nos chamou assim e que depois foi encontrada em um dos restaurantes veganos da capital), hoje é algo comum, difundido, e a cada dia as empresas estão “acordando” para o filão de mercado, que é fornecer alternativas ao uso de animais, seja onde for.

Nosso Estado está na frente de muitas atitudes louváveis, mas isto não porque o RS é o maior, o mais bonito ou o mais inteligente. Não. É apenas porque aqui as pessoas resolveram ir atrás das suas conquistas, acreditaram e lutam ainda por melhoras. Em outros estados do Brasil também há conquistas maravilhosas na área do direito dos animais que aqui mesmo ainda não conquistamos. Nos servem de exemplo, como a proibição das feiras de filhotes e outras formas de exploração de animais.

Fonte: ANDA


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