Óleo é encontrado em área de preservação de peixe-boi marinho, na Paraíba
Uma grande quantidade de fragmentos de óleo foi encontrado nessa quarta-feira (2) no estuário da Barra do Rio Mamanguape, localizado no litoral norte paraibano. O caso provoca preocupação porque o local é habitat de peixes-bois e de outras espécies em risco de extinção, como o boto-cinza, o peixe mero e o cavalo-marinho. O óleo pode afetar a saúde dos animais e, a depender da quantidade de óleo, levá-los à morte.
A Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) no Governo da Paraíba foi procurada. O órgão comunicou que já foi informado do problema, mas que ainda não sabe ao certo o volume de óleo. Destacou ainda que está apurando junto aos órgãos competentes a questão, mas que por ora não pode passar dados mais detalhados.
O problema foi descoberto durante monitoramento de campo no estuário realizados por técnicos do Projeto Viva Peixe-Boi-Marinho e da Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Imediatamente, os técnicos reportaram a informação para os órgãos ambientais atuantes na Paraíba e solicitou providências urgentes para a retirada do óleo e para a limpeza das praias.
Coordenador do Projeto Viva Peixe-Boi-Marinho, o pesquisador e professor João Carlos Gomes Borges destacou que o problema já impacta os manguezais da região e isso pode ser muito maléfico, por exemplo, a crustáceos e outras espécies que podem ser impactados com o contato com o óleo.
Com relação aos peixes-bois, a ingestão direta ou indireta do óleo pode prejudicar a saúde dos animais. “Eles podem ingerir o óleo diretamente ou também se alimentar de algas com resíduo de óleo. A depender da quantidade de óleo ingerido, isso pode levar à morte dos animais”, alertou.
João Carlos disse ainda que não se sabe a origem do óleo, mas que a suspeita é a de que ele tenha sido lançado ao mar por embarcações.
O Projeto Viva Peixe-Boi Marinho é uma estratégia de conservação e pesquisa para evitar a extinção da espécie no Nordeste do Brasil. Atua nas áreas de pesquisa, tecnologia de monitoramento via satélite, manejo, educação ambiental, desenvolvimento comunitário, fomento ao turismo eco pedagógico e políticas públicas.
Por Phelipe Caldas
Fonte: Jornal da Paraíba