Onda de calor no Pantanal afeta negativamente os animais, adverte biólogo da UFMS

O biólogo Milton Longo, da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), alertou para os impactos negativos que a onda de calor tem causado na fauna do Pantanal. A combinação do calor intenso com a baixa umidade na região torna a sensação térmica ainda mais sufocante, levando os animais a buscar refúgio em sombras e corpos d’água para se refrescar.
Longo, disse em entrevista ao O Pantaneiro, que a onda de calor é ruim tanto para os humanos quanto para os animais, além do ambiente. “O calorão afeta todo mundo, tanto no ambiente urbano quanto na zona rural e no Pantanal. As espécies procuram se aproximar mais da água e usar isso para se atenuar a esse calor. Os animais buscam ambientes que melhorem a sensação térmica.”
Essa busca por ambientes mais frescos é especialmente evidente entre as aves, que aumentam a frequência de seus banhos, e os animais que já habitam ambientes semi-aquáticos, como as capivaras. Nos períodos mais quentes do ano, esses animais reduzem suas atividades durante o dia e buscam se preservar em locais com sombra, distantes dos raios solares diretos.
O professor Milton Longo também ressaltou que, em alguns grupos animais, como serpentes e abelhas, o aumento da temperatura pode desencadear um comportamento mais agressivo em relação aos seres humanos. Isso ocorre porque esses animais se tornam mais ativos com o aumento da temperatura, o que pode levar a encontros indesejados e potencialmente perigosos com as pessoas.
O Pantanal, conhecido por sua biodiversidade única, está sob constante ameaça devido às mudanças climáticas, riscos de incêndios e o aumento das temperaturas e das ondas de calor representa mais um desafio para a vida selvagem que habita essa região. A pesquisa e o monitoramento contínuo da fauna são fundamentais para entender e mitigar os impactos dessas condições climáticas extremas sobre os animais do Pantanal.
Fonte: O Pantaneiro