Peritos ‘matam’ rinocerontes, leões e girafas para identificar e prender caçadores de animais selvagens

Calma, é tudo falso! Menos as técnicas de investigação usadas nesta cena de crime. Especialistas em medicina forense da África do Sul criam cenários com animais selvagens cruelmente assassinados para treinar alunos a identificar, localizar e levar à Justiça caçadores que cometem atrocidades contra os bichos.

Nesta imagem, os peritos da Academia Forense de Vida Selvagem da Cidade do Cabo simulam um leão caçado com detalhes.

A encenação é tão realista que mostra o animal selvagem com uma pata decepada.

As girafas, mamíferos gigantescos que habitam as savanas do continente africano, também foram representadas nas cenas de crime. O centro pioneiro na África do Sul uniu esforços para erradicar o crime contra a vida selvagem, aplicando conhecimento forense e técnicas investigativas para ajudar guardas florestais e oficiais a resolver casos e levar caçadores à Justiça.

Agora, os alunos aprendem a identificar vestígios dos criminosos perto do corpo de um rinoceronte.

Como esse tipo de crime raramente, ou nunca, tem testemunhas, as técnicas de investigação forense podem ser cruciais para responsabilizar os perpetradores, diz o CEO da Academia Forense de Vida Vida Selvagem (Wildlife Forensics Academy, em inglês), Andros Vos, à EFE.

“Em uma cena de crime humano, você tem depoimentos de testemunhas, mas em crimes contra a vida selvagem você nunca os tem”, explica o especialista.

Outro problema é que os primeiros a responder a crimes contra a vida selvagem — ou seja, guardas florestais, policiais e veterinários — não são treinados para proteger uma cena de crime na natureza para posterior análise forense.

Estudantes holandeses preparam suas roupas especiais antes de processar uma cena de crime falsa de rinoceronte, leão e girafa caçados, em simulação, durante o treinamento.

Os alunos da academia de análise forense localizam itens que podem incriminar os suspeitos, além de registrar tudo em fotografias.

Imagem mostra uma cápsula em uma cena de crime falsa contra um rinoceronte caçado.

Depois de localizar os vestígios, que se transformam em provas, os alunos são levados para tribunais montados especificamente para apresentar as evidências de crime.
Fonte: R7