Pesquisa revela que quase 50% dos americanos quer banir matadouros e preferiria carne criada em laboratório
Isso é promissor! Uma pesquisa recente feita pelo Sentience Institute, um novo grupo de reflexão sem fins lucrativos, em colaboração com o Ipsos Group, descobriu que a maioria dos americanos DESAPROVA os matadouros! De fato, a pesquisa descobriu que 47 por cento dos adultos nos EUA apoiam a PROIBIÇÃO dos matadouros. Além disso, que 53 por cento PREFERIRIAM comer carne “limpa” (carne criada em laboratório) ao invés de carne de animais, se o preço fosse competitivo.
“Nós esperamos conduzir essa pesquisa a cada poucos anos para podermos ver como as atitudes estão mudando nos Estados Unidos, especialmente por conta do crescimento do setor de alimentos de origem vegetal e do trabalho científico feito para criar produtos animais reais a partir de células animais e proteínas sem abate. A carne “limpa” pode ser um marco importante que irá deixar o sistema alimentício no país de acordo com os valores da sociedade”, disse Jacy Reese, Diretor de Pesquisa do Sentience Institute.
O Sentience Institute entrevistou 1.094 adultos em outubro de 2017 e os categorizou por idade, sexo, religião, etnia e renda. As 17 questões abordavam criação animal e alimentos sem ingredientes de origem animal. Para ver o relatório completo, clique aqui.
Os resultados são promissores considerando que estamos chegando a um ponto em que não podemos ignorar a pergunta sobre como vamos alimentar uma população em crescimento que deve alcançar nove bilhões até 2050. A demanda por proteína nos mundos desenvolvido e em desenvolvimento é maior do que nunca, com a média de uma pessoa nos Estados Unidos consumindo 103 gramas por dia, cerca do dobro do recomendado. O sistema de pecuária já cobre mais de 45 por cento da superfície do mundo, usa a maior parte dos recursos finitos de água fresca e é responsável por uma poluição crescente do ar e da água, sem contar que é o maior emissor de gás de efeito estufa. Mesmo com todos os recursos que a indústria usa, quase um bilhão de pessoas passa fome.
Estudos mostram que um terço dos americanos está abrindo mão da carne com mais frequência e que o mercado de proteína vegetal está explodindo. O mercado global deve alcançar 5 bilhões de dólares em 2020 e as proteínas vegetais podem representar um terço de toda proteína até 2054. Considerando que essas alternativas vegetais – e a carne “limpa” – não trazem as mesmas preocupações em termos de saúde e meio ambiente, está bastante claro que a proteína sem origem animal será o caminho a seguir.
De acordo com Nil Zacharias, cofundador da One Green Planet, “inovações no campo da proteína vegetal têm o poder de transformar o alimento como conhecemos e escrever a história do seu futuro.” Colocado de forma simples, se nós esperamos alimentar a demanda crescente por proteína, precisamos entrar no futuro com mais opções vegetais, e parece que a maioria dos americanos já entende isso.
Para saber mais sobre o impacto das nossas escolhas alimentares bem como as tendências e desenvolvimentos no mundo dos alimentos vegetais, ouça nosso podcast #EatForThePlanet com Nil Zacharias (em inglês).
Por Michelle Neff / Tradução de Carla Lorenzatti Venturini
Fonte: One Green Planet
Nota do Olhar Animal: A preocupação maior é com a sustentabilidade ambiental da pecuária, quase sempre passando longe da questão ética suscitada pelo holocausto imposto aos animais. De qualquer forma, a produção de carne sintetizada em laboratório poderia acelerar e muito o fim da matança de animais explorados para a alimentação humana.