Polícia Civil investiga denúncia de burros feridos transportando sacas de areia em Francisco Santos

Polícia Civil investiga denúncia de burros feridos transportando sacas de areia em Francisco Santos
Foto dos animais dias depois da visita da Apipa, duas semanas após o início do tratamento — Foto: Apapi

A Polícia Civil de Picos investiga uma denúncia de maus-tratos contra quatro burros que eram usados para transportar sacas de areia, na cidade de Francisco Santos. Os animais apresentavam feridas nas costas, e eram obrigados a trabalhar mesmo feridos e adoecidos.

A fundadora da Apapi, a professora Sanya Elayne, contou que recebeu a denúncia pelas redes sociais, e pediu apoio da Polícia Militar para visitar o sítio onde estavam os animais, no dia 22 de junho. No local, foram encontrados três burros com feridas abertas nas costas, causadas pelo transporte da carga sem proteção.

“O dono dos animais dizia que um burro tinha mordido o outro, mas a gente via que os ferimentos eram no local onde vai a carga, no dorso do animal, que ele colocava sem nem uma manta de proteção”, contou.

Ainda segundo Sanya, o tutor dos burros contou que havia colocados os animais para trabalhar até um dia antes da gravação do vídeo. Os burros, segundo o tutor, transportavam sacas de 60 a 70 quilos de areia.

Diante da situação, a Apipa entregou ração e medicamentos para o dono dos animais, para que ele mesmo tratasse as feridas dos burros. Com ajuda da Polícia Militar da cidade, a associação tem acompanhado o estado de saúde dos animais.

“Nós da Apapi não podemos resgatar esses animais, não temos onde mantê-los. Então, entramos em um acordo com o dono, para que ele não pusesse eles para trabalhar mais. E eles foram medicados, e as feridas estão melhores”, contou.

O caso foi denunciado ao Ministério Público. Nesta terça-feira (20) a Polícia Civil foi até o local para iniciar a investigação. Segundo o delegado Rodrigo Morais, quando o inquérito for concluído, o homem pode responder pelo crime de maus-tratos contra animais.

Maus-tratos contra cães e gatos podem levar à prisão

Em outubro de 2020, o governo federal sancionou a lei que aumentou a pena para até cinco anos de reclusão a quem praticar atos de abuso, maus-tratos ou violência contra cães e gatos. Outros animais não foram incluídos na lei. O texto também prevê multa e proibição da guarda para quem praticar os atos contra esses animais.

A pena é aumentada de um sexto a um terço se o crime causa a morte do animal. O termo “reclusão” indica que a punição pode ser cumprida em regime inicial fechado ou semiaberto, a depender do tempo total da condenação e dos antecedentes do réu.

As denúncias envolvendo maus-tratos ou outros tipos de crimes contra qualquer animal podem ser feitas através do número 190, da Polícia Militar, ou buscando a delegacia de Polícia Civil mais próxima para registrar a ocorrência.

Fonte: Cidades em Foco

Os comentários abaixo não expressam a opinião da ONG Olhar Animal e são de responsabilidade exclusiva dos respectivos autores.