Polícia ouve testemunhas do caso da cisne-negro fêmea morta no Parque Guinle, no Rio
A delegada Juliana Domingues, titular da 9ªDP (Catete), que comanda as investigações da morte da cisne-negro fêmea Julieta. A ave, que vivia no lago do Parque Guinle, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, teria levado uma facada na madrugada de segunda-feira ao defender seus dois filhotes que estavam no ninho.
Duas testemunhas, segundo a delegada, foram ouvidas nesta quinta-feira. Por enquanto, não há suspeitos. De acordo com relatos, uma pessoa passeava com dois cachorros sem coleiras no momento em que a cisne foi atacada.
— Recebi também o laudo do veterinário, que prestou atendimento. O documento não é conclusivo sobre se realmente foi uma facada. A ave, segundo o médico, tinha lesões causadas por mordidas e também uma lesão, que pode ter sido causada por um objeto cortante. Não se pode afirmar que foi uma facada ou uma mordida mais profunda — explicou a delegada.
Na próxima segunda-feira, a polícia vai ouvir o depoimento do guarda municipal que estava trabalhando no Parque Guinle na madrugada que ocorreu o fato.
De acordo com Juliana Domingues, se Julieta tiver sido vítima de facada, o autor vai responder maus-tratos, crime previsto no Artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais. É uma infração de menor potencial ofensivo e o autor pode receber penas alternativas.
A delegada alerta, no entanto, que se a morte da ave tiver sido causada pelas mordidas dos cães, os tutores dos animais responderão por negligência na guarda dos animais.
Desde a morte de Julieta, os dois filhotes estão sendo cuidados pelo pai, Romeu, e pela irmã mais velha, a Goiabinha. Os dois, mais outro cisne-negro, se revezam nos cuidados com os filhotes que ficaram órfãos. Os pequenos nadam no lago do parque, sempre cercados pelos mais velhos. Cláudia Lustosa, uma voluntária que administra a área e doou o casal de cisne, está chocada com a crueldade.
Por Célia Costa
Fonte: Extra