Polícia vai apurar se houve ameaça em vídeo de pai de santo que bebeu sangue de frango
Diante de diversas denúncias, a Polícia Civil de Corumbá vai abrir Boletim de Ocorrência para investigar o pai de santo Clemilson Medina, que postou vídeo nas redes sociais onde aparece matando e bebendo o sangue de um frango. Investigação prende esclarecer se o teor do vídeo foi uma ameaça direcionada a alguém.
De acordo com a delegada Tatiana Silva, plantonista de Polícia Civil, na próxima semana o líder religioso deve ser procurado para prestar esclarecimentos. Será apura também, possível crime ambiental por maus tratos.
Tatiana ressalta que o Supremo Tribunal Federal (STF) estabelece como constitucional o sacrifício de animais em cultos religiosos. “Mas vamos averiguar porque ela postou, se houve uma intenção de ameaçar uma pessoa em específico e se de fato isso já ocorreu outras vezes”, comenta.
No vídeo, o pai de santo que se identifica como Viktoria Lorrayna Medina, manda o recado: “Você que trouxe e deixou o frango bem ali, na esquina da minha casa, mas não sabia que lá é amigo daqui, tem o vídeo que prova a sua cara”, comenta.
Depois, pede para outro homem trazer a ave. “Olha o que eu faço com o frango preto que você mandou para mim ó”, avisa Clemilson, antes de cortar o pescoço do frango e beber o sangue do animal na frente da câmera. Por fim, ele ainda torce o pescoço do frango e joga no chão.
O pai de santo diz que quem fez o vídeo não foi Clemilson e sim a “pomba gira Dona Maria” incorporada. Mesmo assim fala que depois “almoçou o frango” sacrificado. “Fiz uma farofa”.
Por Clayton Neves e Adriano Fernandes
Fonte: Campo Grande News
Nota do Olhar Animal: Nenhum abate ritualístico de um animal se justifica moralmente, seja ele relacionado ao candomblé, islamismo, cristianismo, judaísmo ou a qualquer outra religião ou filosofia. Lamentavelmente, o STF decidiu que estes abates são constitucionais, desconsiderando os interesses dos animais. Porém, pelo descrito na matéria, a violência cometida por este raivoso religioso nada teve a ver com ritual. Que a Justiça não permita que ele se esconda atrás da alegação neste sentido.