Por causa de fogos, cadela percorreu 25 quilómetros por terra e dois no rio até ser resgatada em ilha

Tina fugiu de casa no Seixal com medo dos foguetes na noite de passagem de ano. Ninguém sabe como foi ter à ilha do Farol do Bugio, em Oeiras, Portugal, onde a Autoridade Marítima demorou quatro dias para a resgatar das rochas.
Uma cadela, que desapareceu na noite de passagem de ano de casa dos donos, no Seixal, foi resgatada pela Autoridade Marítima no Farol do Bugio, em Oeiras, que fica numa pequena ilha na foz do Tejo. Tina terá percorrido cerca de 25 quilómetros entre o Seixal e as margens do rio e depois quase mais dois quilómetros (uma milha) até à ilha onde se encontra o Farol do Bugio.
Os donos já estão identificados, prevendo-se que o reencontro com Tina, que está à guarda do Centro de Recolha Oficial (CRO) de Animais de Companhia do Município de Oeiras, possa ocorrer amanhã, segunda-feira.
Por esclarecer estão as circunstâncias em que a cadela foi parar ao Farol do Bugio. “É uma incógnita”, assumiu este domingo ao JN o comandante Pedro Miranda de Castro, Diretor de Faróis. A Autoridade Marítima tomou conhecimento da presença do animal na pequena ilha na terça-feira, mas só na passada sexta-feira se consumou o resgate.
“Sempre que se tentava uma aproximação, ela fugia e escondia-se entre as pedras. Deixávamos comida e água”, conta o comandante que, entretanto, tinha batizado a cadela com o nome de Bugio, dado que o animal não possuía chip que o pudesse identificar.
Partilha nas redes ajudou a encontrar os tutores
Entretanto, a partilha de uma publicação feita nas redes sociais, dando conta do desaparecimento de uma cadela na zona do Seixal, permitiu perceber que se tratava do mesmo animal e identificar os tutores. “Uma feliz coincidência”, diz Pedro Miranda de Castro, adiantado que, segundo a informação recolhida, a cadela chama-se Tina e fugiu na noite de Passagem de Ano com “medo dos foguetes”. Terá depois percorrido cerca de 25 quilómetros, entre o Seixal e as margens do Tejo.
Ninguém sabe como acabou no Forte de São Lourenço da Cabeça (Farol do Bugio), localizado em pleno Tejo, a uma milha da costa. “O pelo não tinha indícios de água salgada, que pudessem mostrar que foi a nadar. Mas a água da chuva também pode ter lavado o pelo”, refere o Diretor de Faróis.
Por Maria Anabela Silva
Fonte: JN / mantida a grafia lusitana original