Prefeitura negocia possível transferência do elefante Sandro para santuário após morte de companheira Haisa no zoo de Sorocaba, SP

Prefeitura negocia possível transferência do elefante Sandro para santuário após morte de companheira Haisa no zoo de Sorocaba, SP
Haisa e Sandro no zoo de Sorocaba (SP) — Foto: TV TEM/Reprodução

A Prefeitura de Sorocaba (SP) está negociando uma possível transferência do elefante asiático Sandro para um santuário no Mato Grosso após uma recomendação do Ministério Público (MP).

(Correção: o G1 errou ao afirmar que a Prefeitura de Sorocaba já liberou a transferência do elefante Sandro ao santuário no Mato Grosso. As negociações para a transferência já começaram, mas ainda não foram finalizadas. A reportagem foi atualizada às 12h30.)

O poder público preparou um termo de empréstimo do animal e enviou para representantes do Santuário de Elefantes Brasil, que fica na Chapada dos Guimarães (MT). No entanto, o documento ainda não foi assinado pela prefeitura. O caso é acompanhado pelo promotor Jorge Alberto de Oliveira Marum.

A recomendação do MP foi feita após a morte de Haisa, que foi companheira do animal por 20 anos no Zoológico Municipal “Quinzinho de Barros”. Sandro está sendo monitorado pela equipe do zoo desde a partida da elefanta, no dia 18 de novembro.

O termo de empréstimo teria duração de cinco anos. Decorrido esse período, poderia ser prorrogado ou rescindido. No caso de rescisão, haveria a devolução do animal em um prazo de até 30 dias após a comunicação.

Solidão e tristeza 

Haisa e Sandro estavam juntos no zoo de Sorocaba (SP) desde 1995. — Foto: TV TEM/Reprodução

Sandro e Haisa viviam juntos desde 1995 em Sorocaba. A elefanta nasceu na Ásia e morava em Santa Catarina, em um recinto com duas irmãs. Já Sandro é da América Latina e tinha 26 anos quando conheceu a companheira no zoo.

De acordo com o MP, “elefantes são animais extremamente sensíveis e inteligentes” e, por isso, Sandro pode sofrer com a solidão e a saudade da companheira se continuar no recinto do zoo. Além disso, o órgão afirma que o recinto onde o animal vive é pequeno, considerando os seus hábitos na natureza.

Por isso, o santuário ofereceria um local mais adequado para acolher Sandro, informou o MP. 

Morte de Haisa

Elefanta Haisa no zoológico de Sorocaba (SP) — Foto: Júlia Martins/G1

O anúncio da morte da elefanta Haisa foi feito pela Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Sema) horas depois de uma ONG ter entrado na Justiça para pedir uma apuração da situação do animal, que sofria de artrose. Além da ONG, o Ministério Público abriu um procedimento preparatório.

Segundo a Sema, um guarda civil municipal fazia patrulhamento no local quando presenciou o momento em que Haisa morreu perto do recinto. Não há informações sobre como teria ocorrido a morte do animal.

Na madrugada seguinte, a elefanta foi retirada do zoo com a ajuda de um guindaste e transportada até o hospital veterinário de uma universidade particular de Sorocaba por um caminhão. Haisa foi enterrada um dia depois de sua morte em uma área do Parque Natural “Chico Mendes”.

Cova aberta em parque ecológico para enterrar elefanta em Sorocaba — Foto: Fernando Belon/TV TEM

Ainda de acordo com a pasta, o corpo do animal passou por exames de necropsia para identificar a causa da morte. O processo foi acompanhado por especialistas do Instituto Adolfo Lutz, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade de São Paulo (Usp). O laudo ainda não saiu.

Antes da morte de Haisa, vídeos publicados nas redes sociais mostraram a situação do animal, que não conseguia caminhar ou se alimentar e tinha machucados pelo corpo.

Segundo a ação do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal na Vara da Fazenda Pública de Sorocaba, ela parecia apresentar infecção e necrose nas patas, não conseguindo se firmar em pé.

Funcionários do zoológico se reuniram em local onde elefanta foi enterrada em Sorocaba — Foto: Carlos Henrique Dias/G1

De acordo com o promotor Marum, a averiguação do caso seria preliminar por parte do MP. Conforme a prefeitura, desde o mês de maio a elefanta vinha apresentando dificuldade locomotora.

Além disso, uma avaliação clínica mostrou aumento de volume em membros torácicos e enrijecimento articular nos cotovelos do animal. Após exames, foi constatado um quadro de artrose, uma doença degenerativa que não tem cura.

Fonte: G1


Nota do Olhar Animal: No último dia 24 de novembro, a ONG Olhar Animal protocolou representação junto à Promotoria de Justiça de Sorocaba (SP) solicitando investigação do Ministério Público sobre a morte da elefanta Haisa, bem como o acesso do Santuário de Elefantes Brasil (SEB) às informações sobre o estado de saúde do elefante Sandro e sobre os cuidados dirigidos ao animal.

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