Prematuro, filhote de gato-maracajá morre dez dias após ser resgatado em fazenda de café no interior de SP
O filhote de gato selvagem que foi resgatado por produtores rurais em uma fazenda de café, em Fartura (SP), morreu neste fim de semana após dez dias de internação.
VÍDEO: Filhote de gato selvagem toma leite na seringa após resgate em Fartura
Segundo a Associação Protetora de Animais Silvestres (APASS) de Assis, o animal recém-nascido, identificado como um filhote de gato-maracajá (Leopardus wiedii), não tinha nenhum ferimento aparente e estava apresentando melhora, mas era muito prematuro.
Antes de ser levado à APASS, o gato selvagem foi deixado sob os cuidados da Clínica Veterinária Municipal de Fartura. Em um vídeo enviado ao G1, uma das funcionárias do local dá leite na seringa para o gatinho (veja acima).
A diretora da APASS, Natália Thomaz de Godoy, contou que o filhote morreu na manhã de domingo (12), depois de mais de uma semana sob os cuidados da associação. Segundo Natália, o cordão umbilical dele tinha caído recentemente, e ele já estava começando a abrir os olhos.
“Ele tinha uma fome, mamava com força, mas ele veio muito prematuro. Às vezes a mãe o abandonou, às vezes ele tinha algum problema de saúde. Não sabemos. Pelo tempo de vida que ele tinha, acreditamos que ele nem chegou a mamar o leite dela”, afirma.
A diretora da APASS explicou que a mãe do filhote de gato-maracajá pode ter sido vítima de um predador, ou abandonou o animal por causa de alguma doença. Ela se lembrou de quando a associação recebeu um filhote de onça que tinha sido deixado às margens de uma rodovia pela mãe, provavelmente porque tinha epilepsia.
“Um caminhoneiro viu que ela saiu com o filhote na boca e deixou na beira da estrada. Quando ele chegou aqui, cuidamos durante o dia e a noite ele teve crise de epilepsia. Então a mãe talvez abandonou por esse motivo.”
A prefeitura de Fartura informou que o gato-maracajá é nativo da América Central e do Sul, e que se parece muito com um gato-do-mato.
Nas décadas de 60 e 70, os gatos-maracajá eram caçados para o comércio de peles, o que levou a uma diminuição populacional da espécie e, atualmente, eles são classificados como “quase ameaçados” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Por Júlia Nunes
Fonte: G1