Protetores denunciam redução das cirurgias de castração animal em Osasco, SP
Restrição de ração, falta de medicamentos, morte de animais por falta de vacina e suspensão das cirurgias de castração. Essas denúncias, envolvendo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria da Saúde de Osasco, levaram um grupo de protetores e pessoas que defendem o bem estar animal a agendarem uma manifestação, na próxima terça-feira, 28, às 17 horas, em frente à prefeitura.
Na rede social Facebook, um comunicado convoca “pessoas que amam os animais” e pede ainda que cada uma vá acompanhada de seu animalzinho. “Amigos, nós que amamos e respeitamos os animais precisamos fazer alguma coisa para mudar a situação deles aqui em Osasco. Já não aguentamos mais vê-los abandonados, atropelados e morrendo por falta de cuidados. Estamos cansadas de fazer o papel do município, que é responsável por eles. Não temos castração gratuita, a quantidade de animais procriando aleatoriamente continua aumentando”.
Segundo Jacy Malagoli, presidente da Avama (Ação Pró Vida Animal e Meio Ambiente) e organizadora da manifestação, os animais sob cuidados do CCZ estão abandonados. “A comida está sendo fracionada o mínimo possível porque eles não têm alimentos para os animais. Estão sem medicamentos e anestesias. Alguns animais já morreram por falta de vacina”, relata.
O problema também atinge a campanha de castração gratuita. “A Zoonoses continua fazendo inscrições mas, desde outubro, as cirurgias estão suspensas. Mas a castração é obrigatória. Toda cidade tem que oferecer a castração gratuita”. De acordo com ela, mais de 3 mil animais estão inscritos na fila de espera pela cirurgia.
Além disso, 40 funcionários do CCZ teriam sido demitidos e ainda não houve novas contratações. “Apenas dois funcionários se dividem na limpeza dos canis”, completa.
Nesse cenário, ela denuncia que os protetores acabam assumindo ações que são de responsabilidade da prefeitura. “Em um único dia eu cheguei a receber 42 ligações pedindo ajuda. Como os protetores podem resolver problemas de animais em uma cidade como Osasco, com mais de 700 mil habitantes? Não temos condições de resolver um problema que é do município”.
Em junho, a Prefeitura de Osasco anunciou uma campanha permanente de castração de cães e gatos. Na ocasião, o prefeito Rogério Lins afirmou que a ação tinha capacidade para realizar 600 atendimentos por mês.
O secretário da Saúde de Osasco, José Carlos Vido, afirmou em entrevista ao Diário que castrações continuam sendo realizadas, mas em número menor que o projeto inicialmente. Além disso, negou problemas como falta de ração e vacinas. Mas confirmou o corte de pessoal, por determinação judicial, envolvendo funcionários não concursados. “As cirurgias nunca foram suspensas. Tivemos um programa inicial de 40 castrações diárias e um mutirão por mês. Com isso atingiríamos cerca de 600 castrações. Infelizmente, por vencimento de contratos de funcionários, e sem a possibilidade da reposição dessa mão de obra, por conta do Termo de Ajustamento de Conduta, nossa equipe ficou defasada. Continuamos fazendo as castrações, porém em quantidade menores. Já estamos buscando a reposição da mão de obra para manter o número inicial”, afirmou.
Ele afirma ainda que os interessados podem fazer as inscrições normalmente. “Podem se cadastrar normalmente porque em algum momento será chamado. Não dá para fixar prazo. Depende muito da reposição da mão de obra”, reforçou.
O secretário afirmou também que não houve registro de morte de animais, conforme denuncia da ativista. “Não acontece restrição de ração e falta de medicamentos. Todos os insumos e medicamentos estão com fornecimento normalizado. E mortes de animais não acontecem no Centro de Controle de Zoonoses”, finalizou.
Por Graciela Zabotto