Quantidade de gatos abandonados no Centro preocupa moradoras em Jaraguá do Sul, SC

Quantidade de gatos abandonados no Centro preocupa moradoras em Jaraguá do Sul, SC
Muitos dos felinos estão com problemas de saúde. Moradoras pedem solução do poder público. - Foto Eduardo Montecino/OCP News

A limpeza de fezes e tufos de pelos do pátio de casa virou rotina nas manhãs de Teresinha Werner. A sujeira, que parece só aumentar, é causada pela quantidade absurda de gatos que vivem em um terreno nos fundos da residência, nas proximidades da antiga Borrachas Wolff, no Centro, em Jaraguá do Sul. A situação caótica tem preocupado e gerado constrangimentos para a dona de casa que já não sabe mais o que fazer.

Em um ato de solidariedade na tentativa de amenizar o problema, uma vizinha de Teresinha, Maria Cristina Sansão, recolheu cerca de quarenta animais que estavam invadindo as residências do bairro e circulando pelos telhados em busca de comida. Em um ano, apareceram mais de 200 animais.

No início, Maria dava conta de cuidar dos felinos, mas a situação foi piorando progressivamente. “Minha casa é muito pequena e não tenho condições financeiras e nem psicológicas para ficar com esses animais”, lamenta. “Muitos deles estão cegos e doentes”, completa.

Maria Cristina Sansão recolheu 40 gatos abandonados que apareceram na residência de sua vizinha. – Foto Eduardo Montecino/OCP News

Segundo Maria, depois de um contato com o Centro de Zoonose do município, dez animais que ela havia recolhido foram castrados. Entretanto, os responsáveis pelo órgão, conforme conta a dona de casa, possuíam recursos limitados para ajudar. “Eles me disseram que era necessário procurar uma ONG protetora dos animais”, afirma.

Maria explica que chegou a pedir ajuda nas redes sociais e em associações, mas o problema ainda não foi resolvido. “Ninguém vem aqui e já me chamaram de mentirosa, falando que é impossível ter aparecido tantos filhotes”, dispara.

A dona de casa já pediu ajuda para associações, mas não obteve retorno.- Foto Eduardo Montecino/OCP News

A situação está preocupando ainda mais a moradora devido a uma ninhada que apareceu aos fundos do terreno recentemente. Ela revela que gasta cerca de R$ 900 por mês com ração, além de ter um cuidado especial com os animais que aparecem doentes.

Programa de castração

O diretor de Vigilância em Saúde, Dalton Fischer, revelou que não estava ciente da situação enfrentada por Terezinha e Maria, mas garante que a castração gratuita se destina exclusivamente para as famílias de baixa renda, beneficiadas por programas sociais do governo federal, como o Bolsa Família.

Segundo ele, as famílias que cumprirem os requisitos exigidos devem solicitar o serviço pelo telefone 0800-642-0136. No entanto, o controle é destinado somente para as fêmeas. Após a solicitação, o veterinário da saúde realiza uma visita e entrega um documento que autoriza a castração.

A família precisa levar o animal até a clínica indicada em um prazo de 30 dias. Segundo dados da vigilância de 2016, a prefeitura investe anualmente cerca de R$ 120 mil com os procedimentos.

Fischer esclarece que se comprovada a tutela dos animais por parte das duas mulheres e caso elas se encaixem nos requisitos da iniciativa, novas castrações podem ser realizadas. “Para isso, elas precisam comprovar que não possuem recursos para encaminhar o procedimento por conta própria”, explica.

Por Leonardo Koch

Fonte: OCP News

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