Rede de solidariedade ajuda a salvar cadela atropelada na Ilha do Governador, RJ

Rede de solidariedade ajuda a salvar cadela atropelada na Ilha do Governador, RJ
Olívia sendo examinada pela veterinária Érica e observada por Ricardo e Newa, responsáveis pela rede de solidariedade que salvou a cadela Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

Um ato de covardia desencadeou uma rede de solidariedade que ajudou a salvar a cadela Olívia. Atropelada no fim de janeiro na Rua Apaporis, na Ilha do Governador, por um motorista que fugiu sem prestar socorro, a vira-latas idosa teve de passar por uma cirurgia para se recuperar das fraturas na bacia e, nesta quinta-feira, vai ser operada novamente, desta vez para retirada de tumores da mama e castração. O caso, que está sendo apurado pela polícia, comoveu moradores do bairro e internautas que se cotizaram para custear as intervenções cirúrgicas no animal, que vai ganhar um lar assim que se recuperar.

—A Olívia entrou na minha vida através de uma câmera de segurança de uma residência. A gravação mostrou o atropelamento dela. Ao que tudo indica foi proposital, pois havia uma distância suficiente para o motorista avistar a cachorra. Após o atropelamento, a cachorrinha ficou agonizando e tentando se levantar. Foi atropelada justamente nas patinhas traseiras. Ela se arrastou para uma oficina ao lado, onde ficou de um dia para o outro. Logo após eu ver o vídeo, que foi postado por um amigo que trabalha com câmeras, me sensibilizei e prometi que não iria deixar a bichinha sofrer e padecer — contou o comissário de bordo Ricardo Zeller, de 36 anos, que divulgou as imagens do atropelamento, dando início à mobilização em torno da cadela.

Como tinha uma viagem programada naquele dia, o comissário de bordo recorreu à ajuda da protetora de animais Newa Carvalho, de 37 anos, que imediatamente se deslocou até o local e resgatou a cadela. A partir daquele momento foi iniciada uma campanha pela internet para arrecadar fundos para a cirurgia. A repercussão foi imediata. As pessoas se sensibilizaram com a gravação do atropelamento e começaram a compartilhar a história e ajudar financeiramente para a operação.

Exames constataram luxação coxofemoral, fratura do ílio e luxação sacro ilíaca. Foto: Reprodução

A primeira cirurgia, realizada uma semana após o atropelamento, custou cerca de R$ 5 mil, ainda assim porque alguns exames foram oferecidos gratuitamente por clínicas veterinárias do bairro. A veterinária Érica Dias, também desempenhou papel importante na história, prestando os primeiros atendimentos gratuitamente. Na ocasião, foi descoberto o tumor da mama que demandou nova mobilização para fazer a outra cirurgia, com custo em torno de R$ 2 mil. Novas doações foram feitas para bancar o operação, mas não cobrem os gastos do pré-operatório, como uma alimentação especial e medicamentos.

— Recebemos doações de amigos, familiares e até pessoas que nunca vimos na vida entravam em contato oferecendo ajuda Gente de toda parte do Rio. As pessoas se sensibilizaram com o caso, pela força das imagens do atropelamento. A cena comove. Seria diferente se tivéssemos contado a história. Foi um ato covarde. Ela não enxerga direito, por causa da idade. O motorista do carro viu, mas não desviou. O farol estava alto. A gente acredita que ele viu sim — afirmou a protetora que virou uma espécie de anjo da guarda da vira-latas e segue cuidando dela até a cadela se recuperar totalmente para ir morar com a candidata à adoção, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio.

Olívia durante recuperação da primeira cirurgia. Foto: Acervo pessoal

Ricardo que se diz defensor da causa animal e já resgarou bichos abandonados na Linha Vermelha contou que ficou sem palavras e emocionado quando viu Olívia andar pela primeira vez, depois da cirurgia. Foi um misto de alegria e alívio, disse. Agora, ele comemora o final feliz, com o aparecimento de uma pessoa disposta a adotar a cadelinha.

— Agora ela vai ter um finalzinho de vida digna, que merece — disse.

Newa afirmou que apesar do pouco tempo de convivência acredita que vai sofrer com a separação, mas também ficou feliz com o desfecho do caso;

—Serve para que as pessoas se sensibilizem para a importância de cuidar bem dos animais — afirmou, acrescentando que as pessoas que quiserem ajudar Olívia podem entrar em contato com ela através do instragram @newacarvalho.

Por Geraldo Ribeiro

Fonte: Extra

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