Reprovado projeto que previa redução de fogos de artifício em Venâncio Aires, RS

Reprovado projeto que previa redução de fogos de artifício em Venâncio Aires, RS
Foto ilustrativa

Por oito votos a cinco, a Câmara Municipal de Vereadores de Venâncio Aires reprovou, na sessão desta segunda-feira, 15, o Projeto de Lei Complementar número 004/2019, de autoria do vereador Ciro Fernandes (PSC) e que previa a redução da soltura de fogos de artifício na Capital Nacional do Chimarrão. A proposição tramitou na Casa por mais de dois meses e teve a redação inicial alterada, mas mesmo assim não conseguiu o número necessário de votos para ser levada à sanção do prefeito e virar lei.

Na justificativa, Fernandes alegou que a proibição de queima, soltura e manuseio de fogos, rojões, foguetes e artefatos pirotécnicos, era necessária para acabar com a poluição sonora e estampidos acima de 90 decibéis. Conforme ele, os fogos ‘perturbam idosos, crianças e pacientes em clínicas e hospitais’. O vereador também defendeu ainda que os artefatos causam transtornos para os autistas, ‘que muitas vezes se mostram sensíveis aos ruídos’. Por fim, lembrou que os animais também se assustam com o barulho.

VOTAÇÃO

A sustentação, no entanto, não foi suficiente para os vereadores Adelânio Ruppenthal (PSB), Clécio Espíndola, o Galo (PTB), Sandra Wagner (PSB), Helena da Rosa (MDB), Ezequiel Stahl (PTB), Zé da Rosa (PSD), Gilberto dos Santos e Izaura Landim (MDB). Quase todos ressaltaram a cultura das comunidades de soltura de fogos em alvoradas festivas e eventos, além da provável impossibilidade da Prefeitura de garantir fiscalização para a aplicabilidade da lei. Os votos favoráveis foram de Sid Ferreira (PDT), Nelsoir Battisti (PSD), Tiago Quintana (PDT), André Puthin (MDB) e do autor do projeto, Ciro Fernandes (PSC).

Entidades lamentam resultado da votação

Presidente da Organização Não Governamental Amigo Bicho, de Venâncio Aires, a professora aposentada Nais Elisete de Andrade lamentou que alguns vereadores foram ‘insensíveis’ ao projeto. Ela também disse que espera dos eleitores simpáticos à causa animal a resposta nas urnas. ‘Lutamos tanto pela causa animal e, quando alguns têm a oportunidade de fazer o bem, ainda vão contra’. Somente alguém que tem um animal de estimação sabe o quanto ele sofre na virada de ano, por exemplo’, argumentou. A entidade também publicou uma nota de repúdio em sua fanpage, no Facebook.

A presidente da Associação Pró-Autismo Esperança Azul, de Venâncio Aires, Ramone Mohr, disse à reportagem que a entidade não tinha conhecimento do projeto e que soube da proposta somente por postagens, no Facebook. ‘Sempre que houver um projeto relacionado a autistas, queremos poder contribuir, até porque sabemos da nossa realidade’, afirmou. Sobre a reprovação, diz que a entidade lamentou a decisão: ‘Algumas crianças autistas não suportam o barulho dos foguetes, sendo a virada de ano algo traumatizante para os autistas e seus familiares.’

Por Carlos Dickow (colaboraram Cristiano Wildner e Letícia Wacholz)

Fonte: Folha do Mate

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