Rússia vai criar ‘rato humanizado’ para testes de laboratório coronavírus
Uma das principais problemas enfrentados pelos cientistas na batalha contra o coronavírus é a dificuldade de testar medicamentos ou vacinas em laboratório. Os camundongos, animais comumente usados neste tipo de pesquisa, não apresentam os mesmos sintomas que os humanos quando se defrontam com o Sars-CoV-2. A maioria não tem as proteínas ACE2 e TMPRSS2, usadas pelo vírus para invadir as células humanas e se multiplicar.
Porém, pesquisadores da Academia Russa de Ciências anunciaram, nesta segunda-feira (04/05), que estão criando ratos geneticamente modificados que, ao serem infectados com o coronavírus, apresentarão os mesmos sintomas que humanos.
Os cientistas vão garantir duas coisas importantes: animais seguros para a manipulação em laboratório e que seguirão um roteiro de ataque ao corpo semelhante ao da doença.
“A principal diferença entre o novo modelo e os existentes é que ele será biologicamente seguro e os ratos só se tornarão sensíveis ao Sars-CoV-2 após uma ativação feita nas condições de um laboratório virológico. Com isso, fica praticamente impossível o contágio de trabalhadores que estejam em locais não-específicos durante a pandemia”, explicou o time de pesquisa ao site EurekAlert.
Entenda como o coronavírus ataca o corpo humano:
Por Juliana Contaifer
Fonte: Metrópoles
Nota do Olhar Animal: Que não se espante aquele menos informado sobre o tema da experimentação animal. Se lhe soar como algo insano alguém modificar ratos para que se pareçam geneticamente com humanos e, assim, supostamente servirem de “modelo” para testes de medicamentos, é porque isso beira mesmo à estupidez. Imagine você, leitor, a “ciência” alterando geneticamente um giló para se parecer com uma laranja a fim de estudar no giló o efeito de fertilizantes apropriados para a cultura da laranja. É mais ou menos isso que estão propondo os russos, só que usando seres sencientes, o que torna o experimento não só uma aberração metodológica, mas principalmente algo altamente questionável em seus aspectos éticos. Um experimento como este evidencia também o quanto a ciência é escrava de sua própria empáfia e de interesses escusos, incapaz de se autoquestionar.
Transformações estão ocorrendo, métodos éticos e eficazes começam a ser desenvolvidos, mas o uso do modelo animal é um dos dogmas mais arraigados na comunidade científica, seguido com um fanatismo comparável ao religioso. Estudantes passam por uma verdadeira “lavagem cerebral” desde o período que precede a vida universitária. Aliás, este processo de dessensibilização em relação à vida e ao sofrimento dos animais é relatado na obra “Vozes do Silêncio – Cultura Científica: ideologia e alienação no discurso sobre vivissecção“, de João Epifânio Regis Lima, disponível em PDF.
No mais, a “indústria” das cobaias e das pesquisas movimenta muito dinheiro e vai ao encontro dos interesses das empresas farmacêuticas que, ao cumprirem protocolos de experimentação animal, buscam se eximir de responsabilidade pelos (prováveis) efeitos nefastos dos medicamentos que criam, livrando-se assim de processos judiciais. É bom lembrar que não interessa à indústria farmacêutica oferecer cura para as doenças e sim torná-las crônicas, garantindo o consumo de remédios por seus “clientes” ao longo dos anos. E, segundo ex-trabalhadores desta indústria, é exatamente o que faz.