Sagui sofre choque elétrico e volta à natureza após 40 dias internada em Teresina, PI; vídeo
Uma sagui-de-tufos-brancos fêmea adulta foi devolvida à natureza, em Teresina, depois de 40 dias internada devido a uma descarga elétrica. O choque levou à amputação de uma patinha e ela precisou passar por cirurgia. A volta ao seu habitat foi registrada em vídeo pela fisioterapeuta Camila Fernandes, que disse se sentir recompensada em ter ajudado o animal.
Vídeo: Sagui é devolvida à natureza após ter pata amputada.
Camila Fernandes contou que encontrou a sagui, hoje batizada de Esmel, caída no chão após sofrer uma descarga elétrica no tronco de uma árvore no sítio da família, que fica na região da Curva São Paulo, Zona Rural Sudeste de Teresina.
“Estava passando o fim de semana no local com minha mãe e estava colhendo cajus, escutamos o barulho de uma queda e vi o sagui caído, ele estava debilitado por ter sofrido uma descarga elétrica muito grande, tinha queimadura em uma das patas e na região das costelas”, contou.
Ela disse que prestou os primeiros socorros ao pequeno sagui, depois levou o animal ao Hospital Veterinário da Universidade Federal do Piauí. Lá, o animal silvestre foi identificado como um sagui do sexo feminino de dois anos de idade e teve que amputar um dos braços.
“Comecei a querer tratar ela. Comprei gaze, pomadas de queimadura e tentei salvar a vida dela. Foi um período de adaptação, passaram algumas semanas e não sabia se a família [o bando] dela aceitaria de novo”, explica.
Entre o resgate e os cuidados passou-se um mês e meio de convivência. Na semana passada, a sagui foi solta de volta à natureza (veja vídeo acima). Camila deixou ela dentro da gaiola aberta e esperou que ela mesma se reaproximasse de sua família, que a recebeu muito bem.
“Foi muito bonito de ver que o bando não a rejeitou”, comemorou a fisioterapeuta.
Para ela, o resgate deixou uma lição de amor e uma sensação recompensadora.
“Nós demos um nome e hoje eu consigo chamar ela, colocamos comida nas proximidades de onde o bando se encontrava. Esse resgate e o processo do cuidado nos deram uma lição de que a família nunca abandona”, finaliza Camila.
Especialista orienta sobre resgate de animais silvestres
O professor e cirurgião veterinário da UFPI, Marcelo Campos, orientou como as pessoas devem proceder diante de casos assim, já alguns desses animais podem transmitir doenças.
“É recomendável que os órgãos competentes façam o resgate, uma pessoa leiga pode se ferir e esse animal pode transmitir uma doença. Caso não tenha possibilidade de acionar os órgãos, pode buscar o serviço veterinário”, reforça.
A Polícia Ambiental pode ser acionada pelo número 190.
Por Vanderson de Paulo, Vanderson de Paulo, estagiário sob supervisão de Maria Romero.
Fonte: G1