Savannah lidera EUA em exportações polêmicas de barbatana de tubarão; proposta de legislação proibiria o comércio
O Discovery Channel iniciou sua 31ª semana anual do tubarão em 28 de julho, provocando discussões sobre tubarões em todo o país. Ativistas e legisladores, no entanto, tiveram seus olhos em tubarões lá mesmo na Geórgia muito antes daquela semana.
Há anos, o porto de Savannah tem sido o líder na exportação de barbatanas de tubarão para outros países. Estas exportações são legais, mas controversas devido à prática de “finning” de tubarões.
Finning é a prática de cortar as barbatanas de um tubarão e de jogar o corpo de volta ao oceano. É visto como desumano por muitos grupos de direitos dos animais porque os tubarões estão, por vezes, vivos quando essa prática acontece e têm hemorragia ou sufocam quando jogados de volta à água.
De acordo com a organização Animal Welfare Institute (AWI), cerca de 73 milhões de tubarões são mortos por ano somente por causa de suas barbatanas, o que contribui para o declínio da sua população. A organização International Union For Conservation of Nature classificou todas as espécies, com exceção de um tubarão liso de águas mornas, como criticamente ameaçadas em julho. A extração de barbatana de tubarão em águas dos EUA é ilegal, mas a posse, venda, comércio e distribuição das barbatanas só são proibidos em certos estados.
O estado da Geórgia não tem atualmente qualquer lei contra a posse, venda, comércio ou distribuição de barbatanas de tubarão.
“Savannah é a exportadora número um de barbatanas de tubarão nos Estados Unidos”, disse Cathy Liss, presidente da AWI. “A Geórgia desempenha um papel infeliz no comércio lucrativo e bilionário de barbatanas de tubarão. Enquanto continuarmos a fornecer um mercado para produtos de barbatana de tubarão, os Estados Unidos, incluindo a Geórgia, certamente contribuirão para a destruição de populações de tubarões”.
Os Estados Unidos não estão apenas exportando barbatanas de tubarão. De acordo com um banco de dados on-line mantido pela AWI, perto de 200 restaurantes por todo o país, ao menos nove na Geórgia, servem produtos de barbatana de tubarão, como sopa de barbatana de tubarão, um caro prato tradicional do leste da Ásia.
Como mencionado acima, a extração de barbatanas de tubarão em águas dos EUA é ilegal graças à Lei de Proibição de Extração de Barbatanas de Tubarão de 2000. A Lei de Conservação dos Tubarões de 2010 exige que todos os tubarões comercialmente pescados nos EUA, com uma exceção, sejam trazidos para a costa com suas barbatanas naturalmente presas ao corpo.
Ativistas agora clamam aos legisladores que aprovem uma proibição federal de exportação e de importação de barbatana de tubarão. Eles esperam que a proibição de barbatanas de tubarão em todo o Estados Unidos terá um efeito negativo sobre o mercado de barbatana de tubarão, diminuindo a quantidade de extração de barbatanas que acontecem em todo o mundo.
Alguns representantes da Geórgia já assinaram a Lei de Eliminação da Venda de Barbatana de Tubarão de 2019, o que tornaria ilegal “possuir, comprar ou vender barbatanas de tubarão ou qualquer produto que contenha barbatanas de tubarão”. A lei foi apresentada à assembleia, mas ainda não passou.
Alguns grupos, como o Sustainable Shark Alliance se opõem ao projeto de lei, argumentando que uma proibição de todas as vendas de barbatana de tubarão será menos eficaz para os esforços globais de conservação de tubarões do que a pesca legal e regulamentada. Em março, o grupo disse em um depoimento que uma melhor solução seria “incentivar os pescadores estrangeiros a adotarem medidas de conservação significativas”.
Os representantes da Geórgia Sanford Bishop, Hank Johnson, David Scott e Rob Woodall mostraram seu apoio à lei. O Senador David Purdue e o Senador Johnny Isakson ainda não assinaram o projeto de lei.
Por Lauren Wolverton / Tradução de Fátima C G Maciel
Fonte: WSAV