Sem visitas, animais do zoo de Araçatuba (SP) estão mais calmos

Sem visitas, animais do zoo de Araçatuba (SP) estão mais calmos

Fechado para visitação desde o início da pandemia, o Zoológico Municipal Dr. Flávio Leite Ribeiro está mantendo à risca uma rotina de cuidados com os animais abrigados e a falta de público também fez com que os animais ficassem menos estressados.

Hoje, o zoológico abriga 20 espécies, incluindo anta, arara-vermelha, cachorro-do-mato, capivara, ema, onça-parda, jabuti piranga, macaco-prego, papagaio-verdadeiro, entre outros. No total, são 270 animais. Segundo o Secretário do Meio Ambiente, Lucas Savério Proto, o espaço está em manutenção periódica e dando continuidade nos trabalhos de cuidados e preservação dos animais da fauna silvestre, que são impossibilitados de retornarem em convívio em seus habitats naturais, como por exemplo, nas florestas. “Trata-se de trabalhos com os cuidados pessoais da saúde de cada animal, realizados pela Bióloga e pelo Médico Veterinário no local, bem como a alimentação e a limpeza dos recintos e dos equipamentos que são realizados, diariamente, pelos tratadores e agentes de serviços gerais desta Prefeitura Municipal supervisionados pela Diretora de Gestão e Proteção Ambiental.”

Apesar da pandemia, a rotina de cuidados continua a mesma, além de ser acrescida da adoção de todas as medidas sanitárias exigidas, sem visitação pública, algo que até beneficiou os animais, pois acabaram ficando menos estressados. “A grande maioria dos respectivos animais não são adestrados para conviver com visitação pública e alguns passavam por desconforto e/ou sofrimento em determinados casos de perturbação”, explica o secretário, que diz que o zoológico só reabrirá com a elevação da taxa de vacinados contra a Covid-19 no município e região.

Recentemente, o zoológico foi alvo de denúncias de abandono, como a falta de limpeza, e segundo Proto, antes da pandemia o espaço já passava por manutenção periódica feita pelos funcionários do recinto, de uma empresa terceirizada contratada pela prefeitura e de uma equipe própria de 15 reeducandos, para realizarem o acabamento da limpeza do local. Porém, os reeducandos, desde quando iniciou a pandemia, não puderam mais saírem do Centro de Ressocialização para realizarem trabalhos externos, prejudicando o acabamento visual geral na manutenção do Zoológico. Em 2018, o Departamento de Fauna da Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo concedeu ao zoológico a autorização de Uso e Manejo, assim, passou a “existir” oficialmente.

O marco permite a movimentação dos animais existentes no zoo, ou seja, a entrada e saída deles. “Antes disso a cidade de Araçatuba nunca teve a licença estadual de cuidar e manejar animais, após a obtenção desta autorização foi possível destinar animais para outros viveiros e abrigar oficialmente animais nativos sem a possibilidade de retorno aos seus habitats naturais”, finaliza.

Por Carolina Marques

Fonte: Folha da Região


Nota do Olhar Animal: A pandemia evidenciou o quão danosa é a visitação pública para os animais. Alguns que jamais haviam se reproduzido o fizeram durante este período. Uma diferença marcante entre zoológicos e santuários é essa: santuários (que merecem essa designação) não são abertos ao público.

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