Suipa recebe fiscalizações após denúncias do MP; Polícia Civil não constata maus-tratos
A Suipa – Sociedade União Internacional Protetora dos Animais – recebeu nesta sexta-feira (26) vistorias, após o Ministério Público do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Trabalho (MPT) instaurarem dois processos para apurar possíveis irregularidades no local.
“Gostaria de informar que nenhuma das instituições constatou quaisquer indícios de maus-tratos aos animais”, declarou o presidente da Suipa, Marcelo
Estiveram na sede da Suipa integrantes do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio (CRMV-RJ), policiais da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e da Vigiância Sanitária e Controle de Zoonoses do Rio.
Segundo a Polícia Civil, a DPMA realizou vistoria e não constatou maus-tratos aos animais.
O G1 entrou em contato com os órgãos e foi informado que um agente de fiscalização do CRMV-RJ foi até o local fazer vistorias. De acordo com o conselho, a fiscalização estava em andamento até a noite de sexta-feira.
A equipe de reportagem também tentou contato com a Vigilância Sanitária, mas até a publicação desta reportagem não obteve resposta.
Investigações
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) apuram negligência animal, condições precárias de instalações, e um surto de leishmaniose entre os animais do abrigo. Os salários dos funcionários, segundo as denúnicas, estão atrasados há oito meses.
O G1 também teve acesso à denúncia protocolada no MPRJ e no MPT, que abriram inquéritos para apurar diversas irregularidades que estariam sendo cometidas pela atual gestão da sociedade.
São elas:
- Animais sofrendo restrição de acomodação, higiene e cuidados médicos;
- Bichos juntos em pequenos espaços;
- Diminuição na quantidade de alimentação diária dos animais;
- Surto de leishmaniose dentro do abrigo;
- Animais morrendo por causa das condições precárias do local;
- Funcionários com salários atrasados por 8 meses.
O que diz a Suipa
O diretor-presidente da sociedade, Marcelo Marques, reconheceu a incidência de um surto de leishimaniose entre alguns animais do abrigo. Mas, segundo ele, a infecção teria acontecido a partir de um bicho acolhido da rua, que já estava com a doença.
“Muitos animais são abandonados aqui e a gente resgata. A probabilidade é do animal ter entrado com leishmaniose, que é uma doença que já está ‘viralizando’ no estado do Rio. É claro que nós íamos ter”, disse.
A atual administração negou que haja qualquer tipo de maus-tratos e restrição alimentar para os animais. Ainda de acordo com o diretor-presidente, houve uma diminuição no número de bichos no local por causa de uma política de controle de reprodução do abrigo, com a castração.
Segundo ele, não há registro de animais se matando para disputar comida ou morrendo por desnutrição.
Sobre os salários atrasados, a direção confirma o atraso salarial, mas explica que faz repasse de parte dos valores para os funcionários. Segundo Marques, o pagamento não é integral porque ele precisa optar entre a compra de ração para os animais e o pagamento dos vencimentos.
Fonte: G1