Tartaruga e leão-marinho resgatados são devolvidos ao mar em Rio Grande do Sul

Tartaruga e leão-marinho resgatados são devolvidos ao mar em Rio Grande do Sul
Leão-marinho é resgatado pelo Cram e devolvido ao mar em Rio Grande. — Foto: Reprodução/RBS TV

Nesta época do ano, centenas de animais marinhos chegam ao litoral gaúcho devido a uma série de circunstâncias: fome, cansaço, frio e até desorientação.

Vídeo: Pesquisadores se mobilizam para recuperar animais marinhos no litoral gaúcho.

Esta semana, depois de uma carona de lancha, uma das tartarugas-marinhas voltou para o oceano, e o filhote de leão marinho, após um mês internado no Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram), em Rio Grande, no Sul do RS, foi solto em um refúgio onde outros companheiros da mesma espécie costumam descansar.

Os pacientes chegam do mar precisando de tratamento especial. Quem cuida deles são os pesquisadores do Cram, mantido pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg). O trabalho começou há 47 anos e nunca parou — e costuma aumentar com a chegada da primavera.

“Nós cuidamos, por exemplo, da manutenção da temperatura corporal dos animais, que geralmente chegam hipotérmicos, com a temperatura do corpo baixa. Chegam desnutridos, porque estão há algum tempo sem se alimentar, então nós fazemos um programa alimentar, com reposição de nutrientes, com suplementação vitamínica, para que eles tenham condições de se restabelecer e responder ao tratamento”, explica a coordenadora do Cram, Paula Canabarro.

Alguns animais, como os pinguins, deixam o litoral brasileiro e voltam para a Patagônia e as Ilhas Malvinas, no sul do continente. Outros, como os lobos e os leões-marinhos, também retornam para a Argentina e o Uruguai, onde se reproduzem.

Só que alguns deles se perdem no meio do caminho, são feridos por redes de pesca ou ficam debilitados por causa da poluição, e precisam ser resgatados.

“A grande maioria dos animais que nós recebemos pra reabilitação chegam com evidências de interação com alguma atividade de origem humana. Eles são indicadores da degradação do ambiente marinho e costeiro. Ou seja, são animais que chegam aqui com evidências de ingestão de lixo”, aponta Paula.

Tartaruga-marinha resgatada pelo Cram foi devolvida ao mar em Rio Grande. — Foto: Reprodução/RBS TV

As tartarugas-marinhas também migram nesta época. Neste ano, 45 chegaram até o Litoral Sul precisando de atendimento. Algumas não sobreviveram, principalmente porque comem plástico achando que é alimento.

Ao todo, cerca de 200 animais marinhos são atendidos a cada ano no Cram. A maioria, no entanto, consegue se recuperar. E quando o paciente se recupera, já pode voltar para casa.

“Entregar esses animais à natureza é sempre uma possibilidade de continuar existindo e cumprindo com sua função ecológica”, afirma o diretor do Museu Oceanográfico da Furg, Lauro Barcellos.
 
Vídeo: Animais marinhos recebem tratamento especial no Rio Grande do Sul.

Por Fábio Eberhardt

Fonte: G1

Os comentários abaixo não expressam a opinião da ONG Olhar Animal e são de responsabilidade exclusiva dos respectivos autores.