Tutor de cavalo que não suportou peso de carroça no sul da BA é encaminhado para delegacia e deve responder por maus-tratos
O tutor do cavalo que caiu após não suportar o peso de uma carroça em Caraíva, distrito de Porto Seguro, no sul da Bahia, foi encaminhado para a delegacia nesta sexta-feira (22) e deve responder por maus-tratos.
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O caso aconteceu na quinta-feira (21) e o resgate do animal foi feito na manhã desta sexta. Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Causa Animal (Semac), o cavalo foi levado para a Unidade de Controle de Zoonoses de Porto Seguro, para avaliação de um veterinário.
Imagens do ocorrido viralizaram na redes sociais e mostram o momento em que o animal está caído no chão, enquanto quatro homens tentam levantá-lo.
Por meio de nota, a prefeitura de Porto Seguro informou que ao tomar conhecimento do ocorrido, enviou uma equipe de fiscais ambientais da Semac ao local para apurar os fatos.
Ainda na nota, a prefeitura disse que se preocupa com a dignidade e proteção aos animais e também com a manutenção da atividade tradicional dos carroceiros. Portanto, a pasta ambiental estuda a elaboração de procedimentos de regulamentação de tal atividade, com normas de zoonoses.
Fonte: G1
Nota do Olhar Animal: Na contramão do crescente repúdio à exploração de animais para tração, a prefeitura de Porto Seguro (BA) indica querer regulamentar a utilização de tração animal e, assim, manter a tortura contra estes animais usados em carroças, em especial os cavalos. Sob que pretexto? Econômico-social? Só alguém muito despreparado para agir sobre a questão pode alegar algo assim. Além da crueldade contra os animais, a tração animal está intimamente ligada à manutenção da condição de miserabilidade dos carroceiros, perpetuada pela escandalosa incompetência e pela moral rasa de gestores públicos, que de um lado não mostram sensibilidade alguma para com os interesses dos animais e de outro revelam sua gigantesca ignorância sobre o quanto esta atividade impacta negativamente na vida de quem a pratica. Exemplo positivo: em Paquetá, no RJ, onde a tração animal foi substituída pela elétrica, os charreteiros, que antes se opunham ferrenhamente a qualquer mudança, hoje são agradecidos por ela, pois a qualidade de vida deles melhorou significativamente e podem desfrutar inclusive de período de férias, algo impensável nos tempos em que as despesas com os cavalos e a limitação das horas de trabalho mal permitiam os cuidados veterinários e o sustento da família. É deplorável que o prefeito Janio Natal (PL) não se importe com o sofrimento dos cavalos. E, mesmo ele agindo de forma totalmente especista para supostamente favorecer os carroceiros, essa proposta de regulamentação revela ser o prefeito bastante desinformado sobre os impactos sociais da tração animal e, portanto, da sua própria iniciativa.
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