Um cachorro apareceu na região de Porto do Son, Espanha, com um tiro na cabeça e desencadeou uma onda de solidariedade
As doações recebidas já cobrem despesas veterinárias, incluindo uma cirurgia, e também um abrigo temporário.
Dois lados da mesma moeda. De um lado, um novo caso de maus-tratos a animal que veio à tona na comarca de Barbanza, Espanha. Do outro, uma onda de solidariedade que ocorreu assim que a notícia se espalhou pelas redes sociais. As conclusões são um cachorro entre a vida e a morte depois de ser baleado na cabeça e uma chuva de doações que já cobriram as despesas veterinárias, entre elas uma intervenção cirúrgica. Há até quem já se ofereceu para dar a Bala uma casa onde ela possa se recuperar.
A verdadeira protagonista desta história é uma drathar, fêmea, sem chip, que apareceu na sexta-feira no Monte Enxa com um grave ferimento na cabeça, supostamente causado por um tiro disparado à queima-roupa. Um morador avistou o animal e compartilhou nas redes sociais. Membros da Proteção Civil de Porto do Son se deslocaram até o local, mas não conseguiram capturar o animal, batizaram primeiro como Herói e depois como Bala. A pessoa que o viu pela primeira vez retornou ao local e conseguiu socorrê-la, para depois passá-la para os cuidados da associação protetora de animais Arca de Noia.
Bala foi levada para uma clínica veterinária na cidade de Boiro, onde foi operada. Na mesma noite, a associação Arca lançou um apelo à população para ajudar financeiramente com os custos que já chegavam em cerca de 800 euros, e também um abrigo. E a resposta dos usuários da Internet foi imediata. Tanto que, pouco tempo depois, a organização anunciou que os custos veterinários foram cobertos e ainda teve uma pessoa que se ofereceu para levar a cadela para casa assim que fosse possível.
A má notícia é que o estado do animal permanece crítico, uma vez que tem muito chumbo de espingarda na cabeça e, no momento, a extensão dos ferimentos é desconhecida. Estima-se que, na melhor das hipóteses, Bala terá que ficar quase um mês internada na clínica veterinária.
Pedem penas maiores
A organização Libera! e a Fundación Franz Weber, que tomaram conhecimento do caso através das redes sociais, denunciaram “a impunidade de quem pratica a crueldade contra seres indefesos”. As organizações apontaram que este caso seria normalmente enquadrado no crime de maus-tratos a animal”, presumivelmente um caçador, um crime que acarreta pena de prisão até um ano e desqualificações para possuir ou exercer a profissão ou o comércio relacionado com animais por um período máximo de 36 meses.
As organizações acrescentaram que também haveria uma via administrativa, com sanções de até 5.000 euros, incluídas na Lei de Bem-Estar Animal para casos de maus-tratos sem morte. Os defensores dos animais têm críticado o uso de cães em caçadas, uma prática que se qualifica como cruel e representa uma porcentagem significativa de animais abandonados na Galícia a cada ano.
Por Ribeira / Tradução de Alejandra Mendoza
Fonte: La Voz de Galicia