Vacina para cães contra a leishmaniose está liberada em Santos, SP

Vacina para cães contra a leishmaniose está liberada em Santos, SP
Cão diagnosticado com leishmaniose em 2018 no Morro São Bento, em Santos, SP — Foto: Arquivo Pessoal

A vacina contra a leishmaniose para cães sadios está liberada em Santos, no litoral de São Paulo. Para garantir a imunização é preciso entrar em contato com o setor de zoonoses até 18 de agosto pelos telefones (13) 3257-8048, 3257-8044 ou 3257-8032. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a vacina só será dada mediante comprovação, via resultado de exame, de que o cão não tem a doença. Testes rápidos para leishmaniose são aceitos.

A imunização é voltada a cães cujos donos morem em Santos e, segundo a municipalidade, está disponível porque os responsáveis por animais sadios que têm proximidade com outros portadores da doença não compareceram, mesmo após convocação.

A prefeitura esclarece que, desde maio, 796 tutores foram convocados, mas somente 232 levaram o animal para tomar as três doses da vacina, necessárias para a plena proteção.

Ainda de acordo com o município, as vacinas contra a leishmaniose foram adquiridas pela Secretaria de Saúde com verba parlamentar no valor de R$ 197.325,00, destinada pelo vereador Benedito Furtado.

Balanço

Para se proteger da doença, os cães precisam de três doses da vacina, com intervalo de 21 dias entre cada aplicação. Caso o esquema não seja seguido à risca, as doses devem ser reaplicadas. Depois, basta uma dose de reforço anualmente para mantê-lo imunizado.

A Secretaria de Saúde do município informa que foram identificados 63 casos positivos de leishmaniose em Santos desde 2015 – destes, 37 já morreram. Os casos estão distribuídos em 13 bairros, com concentração no Morro São Bento (23 casos). Não há registros de infecção em humanos.

Vacina será aplicada em cães sadios. — Foto: Susan Hortas/Divulgação – Prefeitura de Santos

Reservatórios da doença

A médica veterinária Thaís Chucride, professora doutora no curso de medicina veterinária da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), explica que a leishmaniose é uma doença transmitida entre homens e animais causada por um protozoário. A transmissão é feita por mosquitos flebótomos, também conhecidos como mosquito-palha.

“Os animais mais acometidos pela doença são os cães domésticos, que atuam como reservatórios, entretanto, o gato doméstico e animais silvestres também são suscetíveis. Cerca de 60% dos casos são assintomáticos, o que torna mais difícil o diagnóstico”, afirma.

Quando a doença apresenta sintomas, alguns deles são anemia, emagrecimento progressivo e crescimento exagerado das unhas. “Na Baixada Santista, os municípios de São Vicente, Santos, Guarujá e Bertioga já notificaram casos da doença”.

Ela explica que não há relatos de transmissão direta da doença do cão infectado para o humano ou vice-versa. “Para que ocorra a transmissão para o ser humano o mosquito flebotomíneo precisa picar o cão positivo, se alimentar do sangue dele e, depois, picar um ser humano”, afirma.

Leishmaniose é transmitida pelo mosquito-palha. — Foto: James Gathany/CDC

Tratamento

O tratamento é feito com medicação oral, que custa em torno de R$ 1.000, e também é indicado o uso de coleira antileishmaniose. “O tratamento com o Milteforan foi liberado em agosto de 2016, entretanto, ainda é caro e o animal deve ser monitorado pelo resto da vida. A efetividade da coleira pode alcançar 100% na diminuição de cães e humanos infectados, enquanto que a vacina atinge 80% e a eutanásia 90%, de acordo com a literatura científica”, finaliza a veterinária.

Atendimento veterinário

Segundo a Secretaria de Saúde, munícipes cujos cães apresentem sintomas como pele e mucosas com feridas, queda de pelos na orelha e em volta do nariz, emagrecimento e crescimento exagerado da unha devem procurar atendimento veterinário.

Na rede pública, a opção é a Codevida, que fica na Avenida Francisco Manoel s/n°, no Jabaquara, e funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h. Os contatos telefônicos são (13) 3203-5593 e 3203-5075.

O serviço realiza o atendimento e notifica a suspeita para a Seção de Vigilância e Controle de Zoonoses (Sevicoz), da Secretaria de Saúde, que encaminha as amostras de sangue para o Instituto Adolfo Lutz, do governo estadual, para confirmar ou descartar a doença.

No caso da suspeita da doença por veterinários particulares, os profissionais devem notificar diretamente a Sevicoz pelos telefones (13) 3257-8032 e 3257-8044.

Quando o diagnóstico é confirmado, a Sevicoz distribui a coleira repelente aos proprietários e orienta sobre a necessidade do uso permanente no animal, além de sua manutenção em local telado.

Fonte: G1

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