Veado-catingueiro é encontrado morto nas proximidades do rio Tietê, em Mogi das Cruzes, SP

A fotografia de um veado-catingueiro morto em um trecho da avenida Antonio Almeida, entre o Rodeio e o Mogilar, chama atenção para os acidentes fatais com animais silvestres na região ribeirinha do rio Tietê. A Prefeitura vai investigar a causa da morte do animal para adotar os procedimentos sanitários recomendados para estes casos.
Animal ainda encontrado com relativa frequência em áreas verdes de Mogi das Cruzes, o veado-catingueiro é observado por pessoas que utilizam a pista de caminhada e bicicleta que circunda a via perimetral no entorno dos três bairros Rodeio, César de Souza e Mogilar, vizinhos da Serra do Itapeti.
Não muito distante, imagens de um desses animais, praticamente na porta da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Rodeio, movimentaram as redes sociais. Se por um lado, a presença da espécie revela a riqueza da fauna e flora ainda sobrevivente no município, por outro, acende o sinal de alerta para os impactos da interação da vida animal e humana.
Há a possibilidade de um veículo ter atropelado o animal.
A morte do animal foi lamentada pelo médico veterinário Jefferson Leite, que acompanha o aumento dos acidentes com animais silvestres em Mogi das Cruzes, nas últimas duas décadas. Ele comentou que, neste período do ano, essas espécies circulam ainda mais porque estão no tempo de acasalamento.
O aumento da circulação dos veículos e da ocupação de áreas verdes contribuem para a expansão desse tipo de acidente, comum com outras espécies de mamíferos, como as capivaras, que vivem ao lado do rio Tietê.
Segundo a Prefeitura, a Divisão de Zoonoses foi acionada e recolheu o animal para a realização de necropsia conforme indicado nos protocolos recomendados para casos como este.
Informa ainda que durante a primavera e o verão ocorre um aumento da demanda por recolhimento de animais silvestres em função de maior movimentação desses animais.
Quando o animal é resgatado com vida, informa a gestão, a cidade recorre a um “convênio firmado com a Associação Mata Ciliar, que é especializada na recuperação e reintrodução, quando o caso, de animais silvestres. Os animais recolhidos no município passam por avaliação de um veterinário da Divisão de Zoonoses e posteriormente são encaminhados para tratamento/reabilitação na Associação”.
A região do rio Tietê, conclui nota encaminhada pela Prefeitura, possui sinalização específica para orientar os motoristas sobre a presença de animais silvestres.
Questionada sobre o atendimento de antiga reivindicação de especialistas em meio ambiente, de se instalar na cidade, um Cetas, um centro especializado para o tratamento de espécies silvestres, a Prefeitura não respondeu.
A reportagem também solicitou um balanço sobre o número de registros sobre esse tipo de incidente, o que não foi respondido.
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Por Eliane José
Fonte: O Diário de Mogi