Veja como estão as duas filhotes de cachorro que nasceram sem as quatro patas em Encantado, RS

Veja como estão as duas filhotes de cachorro que nasceram sem as quatro patas em Encantado, RS
Zoey, uma das cachorrinhas sem as quatro patas que foi adotada por Bibiana Mazzarino, é a mais braba das irmãs — Foto: Bibiana Mazzarino/Arquivo pessoal

Valetina e Zoey, duas cadelinhas sem raça definida nascidas em 2020 na cidade de Encantado, no Vale do Taquari, chamaram a atenção desde o primeiro momento de vida: ambas nasceram sem as quatro patas.

VÍDEO: Veja como estão os dois cachorros que nasceram sem as quatro patas em Encantado

A história foi contada pelo g1 dias após o nascimento das duas, quando as filhotes não tinham nome, ainda buscavam alguém para adotá-las e geravam dúvidas sobre como iriam viver com condição pouco comum. Dois anos depois, no entanto, elas estão saudáveis, ativas e parecem estar superfelizes com Bibiana Mazzarino e Michele Nicolau, as duas mulheres que assumiram a responsabilidade de cuidar dos bichinhos.

“Em 10 anos que atuo como protetora voluntária de animais, nunca vi algo parecido. Nunca vi nenhum cachorro nascer sem uma das patas, imagina sem as quatro. Mas nós resolvemos adotar e fomos descobrindo juntas como lidar. A Zoey é superesperta, independente, consegue se movimentar com a força do peito, como se fosse uma foca. Só que ela é braba, late muito. A Valentina [a irmã, adotada por Michele] já é mais dócil”, conta Bibiana Mazzarino, que tem outros seis cachorros em casa.

É claro que a condição especial exige que sejam feitas algumas adaptações na rotina de Valentina e Zoey: ambas precisam de tapetes higiênicos para fazer cocô e xixi, além de só conseguirem acessar locais baixos ou planos. Mas as duas tutoras garantem que os animaizinhos conseguem levar a vida com independência.

Logo após a adoção, Michele – que trabalha em uma ONG de defesa dos animais – cogitou a ideia de buscar próteses que ajudassem as duas filhotes na locomoção. Chegaram a procurar soluções em outros estados e conversaram com um pesquisador que tirou as medidas das filhotes para possíveis próteses.

Mas o custo elevado (elas calculam que o valor poderia chegar a R$ 10 mil para cada) e a incerteza de que a alternativa seria útil (já que, normalmente, próteses são aplicadas em animais com alguma das patas) as fizeram deixar a ideia de lado.

“Pesquisamos sobre situações parecidas e não achamos nenhum outro cachorro sem as quatro patas no Brasil. Chegamos a pesquisar sobre próteses, mas acabamos não tendo como fazer. Mas Valentina acha que tem as quatro patas. Na cabeça dela, ela tem as quatro patas. Não vê dificuldade nenhuma”, conta Michele.

O nascimento de Valentina e Zoey causou comoção em Encantado há dois anos: vizinhos e curiosos iam a casa de Michele e Bibiana para conhecer as duas filhotes, ligavam para saber mais informações e mandavam mensagem pedindo vídeos das cachorrinhas. Agora, segundo Michele, a curiosidade acabou – a não ser quando elas saem para passear:

“Levo para passear no colo ou em algum carrinho. E a cidade é pequena. Se posto foto dela nas redes sociais, tem muitas curtidas e comentários. O pessoal adora ver”, diverte-se Bibiana.

Valentina, uma das filhotes que nasceram sem as quatro patas, foi adotada por Michele Nicolau — Foto: Michele Nicolau/Arquivo pessoal
Valentina, uma das filhotes que nasceram sem as quatro patas, foi adotada por Michele Nicolau — Foto: Michele Nicolau/Arquivo pessoal

Relembre o caso

Das três filhotes de uma cadela, em Encantado, no Vale do Taquari, duas nasceram sem as quatro patas. Elas foram abandonadas em um galpão no bairro Navegantes e resgatadas pela auxiliar de produção Michele Nicolau, que atua de forma voluntária ajudando animais na cidade. Uma recebeu o nome de Valentina e ficou na casa da voluntária, enquanto a outra foi chamada de Zoey e foi para a casa de Bibiana.

A médica veterinária que atendeu as duas filhotes na época, Nádia Eidelwein, explicou que o fato de as quatro patas não serem formadas é muito incomum, e que não há uma explicação específica do que pode ocasionar. Com o passar do tempo, os ossos chegaram a crescer um pouco, o que ajuda os animaizinhos na locomoção básica.

Valentina não tem nenhuma das quatro patas, mas consegue se movimentar sozinha, garante a dona Michele Nicolau — Foto: Michele Nicolau/Arquivo pessoal
Valentina não tem nenhuma das quatro patas, mas consegue se movimentar sozinha, garante a dona Michele Nicolau — Foto: Michele Nicolau/Arquivo pessoal

Por Gustavo Foster

Fonte: g1

Os comentários abaixo não expressam a opinião da ONG Olhar Animal e são de responsabilidade exclusiva dos respectivos autores.